quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Temer destaca papel amplo de Freire

O presidente Michel Temer disse ontem que o papel de Roberto Freire em seu governo irá além das atribuições dele à frente do Ministério da Cultura. “Você não vai cuidar somente da cultura, Roberto. Quero que você esteja do meu lado para governar”, disse o presidente durante a cerimônia de posse de Freire na pasta.

“Você traz para o governo a simbologia de quem tem um passado de lutas em favor do Brasil. Temos hoje absoluta certeza de que o governo está ganhando muito. Se não foi bem até agora, eu digo a vocês, a partir do Roberto Freire, o governo ganhará céu azul, velocidade de cruzeiro e vai salvar o Brasil”, disse o presidente ao novo ministro.

Temer reiterou que o país vive uma recessão profunda e que, mesmo diante desse cenário, “exige-se” logo o crescimento, passando por cima da recessão.

“Mas é preciso, primeiro, vencer a recessão para depois retomarmos o crescimento, porque é com ele que vem o emprego”, afirmou, referindo-se à necessidade de aprovação da PEC do Teto de Gastos Públicos e da Reforma da Previdência, tanto no âmbito federal como estadual.

Primeiro nome
Temer revelou que planejava colocar Freire na pasta desde antes da posse na Presidência da República, mas que, em função da necessidade de reduzir o número de ministérios, a ideia acabou sendo postergada. “Roberto disse, após ter sido designado (extraoficialmente) ministro da Cultura, que eu teria de reduzir ministérios e que, se não o fizesse, iria apanhar demais. Ele me disse: ‘faça o seguinte: se quiser meu cargo está à disposição’. Como tinha na cabeça a figura do Ministério da Educação e Cultura, resolvi reunir as duas pastas”.

O Ministério da Cultura havia sido transformado em secretaria, incorporada à pasta da Educação, o que havia provocado uma onda de protestos. “Logo depois, houve uma grita natural da cultura. Como as contestações eram legítimas, revi o ato.

No discurso de posse, Roberto Freire comparou sua entrada na equipe de governo à participação como líder do governo Itamar Franco (1992-1994), pelo fato de terem ocorrido em momentos políticos conturbados. Ressaltou também o papel importante que a cultura assume, enquanto instrumento de integração e diversidade.

Saiba mais
Roberto Freire assume o ministério no lugar de Marcelo Calero, que, um dia após ter pedido demissão, afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que o ministro Geddel Vieira Lima o pressionou a intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador, onde Geddel adquiriu um imóvel.

O primeiro cargo eletivo de Roberto Freire foi o de deputado estadual, em 1974, pelo MDB, em Pernambuco. Posteriormente foi eleito deputado federal por quatro mandatos consecutivos, passando por partidos como PMDB e PCB. Em 1992, parte da executiva nacional do PCB decidiu dissolver o partido e fundar um novo, o PPS, ao qual se filiou Freire. Em 1994, foi eleito senador. Atualmente, exerce mandato de deputado federal.

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