Em mais uma demonstração de apoio ao ministro Geddel Vieira, deputados da base aliada marcaram presença na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara e conseguiram derrubar, por 17 votos a 3, o requerimento para que o peemedebista fosse convocado para explicar acusação de tráfico de influência feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.
Na semana passada, Calero pediu demissão no cargo e acusou Geddel de pressioná-lo para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura, produzisse um parecer técnico para liberar a construção de um empreendimento imobiliário em Salvador no qual comprou um apartamento.
Em votação simbólica, governistas também rejeitaram o pedido para que Calero fosse convidado a comissão para falar do caso. Votaram a favor da convocação de Geddel apenas três deputados do PT: Adelmo Leão (MG), Paulão (AL) e Jorge Solla (BA), que apresentou o requerimento.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), que não faz parte da comissão, participou da sessão e foi o responsável por orientar a votação da base. “Quero que me digam qual foi o crime praticado pelo ministro Geddel que até agora não consegui enxergar”, disse.
Na última terça-feira, 22, Moura já havia liderado um movimento a favor do ministro, ao organizar um manifesto de apoio assinado por líderes da Casa. A rejeição dos requerimentos também foi marcada por um bate-boca entre os deputados Wladimir Costa (SD-PA) e Paulão (PT-AL). Após Costa xingar petistas de “vagabundos”, Paulão reagiu e afirmou que o deputado do Pará já havia sido preso e era “bandido”.
Recusa
Indicado por Geddel Vieira e pelo presidente Michel Temer (PMDB) para a Comissão de Ética da Presidência, o conselheiro José Saraiva decidiu ontem que não vai votar no processo contra o ministro da Secretaria-Geral de Governo.
Saraiva enviou na manhã de ontem um requerimento ao presidente do colegiado, Mauro Menezes, em que comunicou a decisão.
“(...) meu afastamento da apreciação da matéria objeto do procedimento, devido à suspeição por fatos supervenientes, consistentes nos questionamentos divulgados em veículos de comunicação, a respeito da minha isenção para atuar na questão, o que recomenda o afastamento do referido procedimento que se iniciou no último dia 21 de novembro”, disse em manifestação.
Na segunda-feira, 21, Saraiva havia pedido vista do pedido de abertura de processo contra Geddel, mesmo havendo maioria no colegiado. Horas depois, contudo, voltou atrás e apoiou a decisão unânime da comissão de abrir o processo. (com agências)
Saiba mais
A sessão que derrubou o requerimento foi marcada por bate-boca entre os deputados Wladimir Costa (SD-PA), aliado do governo, e Paulão (PT-AL), que trocaram insultos.
Wladimir acusou a bancada do PT de adotar um “discurso de ódio” e de sofrer de “Geddelfobia”. “Quem é o PT para vir cobrar moralidade, ética. O PT nada mais é do que uma grande organização criminosa. Quem quer falar com vocês é o juiz Sérgio Moro. Lave a boca com soda cáustica para falar do ministro Geddel. Seus imundos, irresponsáveis, desqualificados, despreparados”, atacou aos gritos o deputado.
Paulão reagiu, elogiou adversários que mantiveram a discussão no plano das ideias e disse que Wladimir já havia sido preso. “Isso é um bandido!”, desqualificou. Wladimir baixou mais o nível: “Preso foi tua mãe, seu vagabundo! Só se foi a prostituta da tua mulher!”.
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