O coordenador de Contas Regionais do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Nicolino Trompieri Neto, avalia que apesar da alta concentração, no ano de 2002 esses mesmos cinco estados detinham 68,13%, o que significa que houve uma desconcentração de 3,21 pontos percentuais.
Sobre o Ceará, ele explica que a subida no ranking veio de um bom resultado do PIB em 2014. “Verificou-se um crescimento de 4,2% em termos reais, puxado pelo setor de serviços, sendo o sexto Estado com maior crescimento em 2014, bem acima do crescimento de 0,5% para o PIB do Brasil verificado no mesmo período”, comenta.
Segundo o IBGE, o resultado em volume (crescimento real da economia) foi influenciado pelo desempenho favorável da agropecuária (19,2%) em 2014, ante as variações negativas verificadas em 2012 (- 33,5%) e 2013 (-2,3%) que esteve associado a problemas climáticos (chuvas esparsas e veranicos prolongados). A produção de milho em grão expandiu 208,5% entre 2013 e 2014, em razão da base bastante reprimida. As produções de feijão em grão e banana aumentaram suas produções em 95,9% e 20,5% no mesmo período.
A indústria de transformação apresentou resultado em volume negativo (2,8%) influenciado, principalmente, pela queda nas produções da fabricação de bebidas, fabricação de produtos têxteis e fabricação de calçados e artefatos de couro, apesar do resultado positivo na fabricação de produtos alimentares.
Os serviços, de acordo com o estudo do IBGE, que responderam por 75,6% da economia cearense em 2014, cresceram 3,7%, em termos reais. Todos os serviços apresentaram variação positiva em 2014, com destaque para os seguintes: informação e comunicação (9,2%), educação e saúde privadas (8,2%), artes, cultura, esportes e recreação e outros serviços (6,9%), comércio (6,4%), serviços de alojamento e alimentação (5,8%), atividades profissionais (5,0%), atividades financeiras (3,4%) e transportes (3,0%).
Desconcentração
Para Nicolino, a desconcentração ocorrida no Sudeste de 2002 a 2014 é explicada em grande parte pela atividade de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e pela atividade da indústria de transformação, que são as principais atividades dos setores de serviços e indústria, respectivamente. “Em 2002, o comércio do Sudeste representava 53,8% do comércio do Brasil, passando para 50,8% em 2014”, analisa, acrescentando que a Região Nordeste apresentou o segundo maior ganho, passando de 14,6% em 2002, para 15,7% em 2014.
Nicolino Neto acrescenta que em relação à indústria de transformação, em 2002 o Sudeste respondia por 60,8% dessa atividade no Brasil, passando para 56,4% em 2014, enquanto a região Sul apresentou o maior ganho de participação nessa atividade, passando de 21,5%, em 2002, para 24,3%, em 2014.
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