sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Onda de violência marca período eleitoral no Brasil

No período eleitoral mais curto das últimas décadas, o número de ocorrências violentas envolvendo candidatos tem se destacado. Desde junho, antes mesmo do registro das candidaturas, pelo menos 29 políticos foram assassinados. Apesar de nem todos os crimes terem compradas motivações políticas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, se diz preocupado com as estatísticas e organiza força-tarefa para domingo.
“Estamos atendendo aos pedidos de Força Federal para que a eleição transcorra num quadro de tranquilidade e paz”, disse, referindo-se aos 307 municípios de 12 estados que receberão as tropas até o momento.

Crimes políticos vitimaram 96 neste ano


Somente no Ceará, foram registradas três mortes de candidato a vereador nos últimos 40 dias. Todas com características de execução pela quantidade de tiros recebida por cada uma das vítimas. Em Icó, a 258 quilômetros de Fortaleza, uma série de tiroteios deixou a população em alerta.

No sábado, 25, um militante foi baleado. Houve ainda três casas atingidas por balas, sendo uma delas a do candidato a prefeito Gliobel Correia Neto Bebel (PV). Na ação, a casa paroquial, que fica ao lado da residência do candidato, também foi atingida por disparos. A terceira pertence ao fisioterapeuta Marcos Barreto, que trabalha na campanha de reeleição do atual prefeito de Icó, Jaime Júnior (PDT).

Em Santa Catarina, o candidato a prefeito João Rodoger de Medeiros (PSD) sofreu tentativa de assassinato após voltar de agenda de campanha na última quarta-feira, 28.

Em Goiás, o fato foi mais grave e acabou com as mortes do candidato à Prefeitura de Itumbiara, José Gomes Rocha, e de um policial também na quarta. O vice-governador do estado, José Eliton (PSDB), estava no local e foi gravemente ferido. O agressor, identificado como um funcionário da Prefeitura, foi morto. No mesmo dia, o carro do prefeito e candidato à reeleição de Minas Novas, em Minas Gerais, Gilberto Gomes da Silva, foi alvo de tiros, mas ele e os demais ocupantes saíram ileso.

O estado com mais casos de violência é o Rio de Janeiro. No total, 15 candidatos ou pessoas relacionadas às campanhas eleitorais foram mortos na Baixada Fluminense, pobre subúrbio da zona norte da cidade. Especialistas apontam que os crimes devem ter relação com confronto entre milícias.

“É um negócio muito lucrativo, como o do tráfico, e (seus participantes) entram na política porque têm necessidade do poder para se proteger e aumentar seus territórios”, aponta a pesquisadora Alba Zaluar, da Uerj. (com agências de notícias e colaboração de Jéssika Sisnando)

SAIBA MAIS

Mobilização
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, prometeu impulsionar a “investigação dos possíveis atentados políticos contra candidatos”. As autoridades mobilizaram 20.000 militares para proteger os comícios, com especial atenção a 266 municípios de onze estados.

Criminosos na política
“A última coisa que podemos desejar é a presença do crime organizado no sistema político. Certamente a polícia e os órgãos de inteligência têm que dar atenção a isso. Não é possível a Justiça Eleitoral simplesmente impedir que essas pessoas se candidatem se elas não forem atingidas por lei de inelegibilidades ou não estiverem respondendo a um processo que possa levar à eventual impugnação”, disse GIlmar Mendes.

Segurança no CE
O secretário da SSPDS, Delci Teixeira, esteve ontem em reunião com o presidente do TRE, Abelardo Benevides. O gestor afirmou que “o plano (de segurança) está sendo realizado na prática e vários policiais foram enviados para os municípios cujos juízes nos solicitaram reforços”. O secretário ressaltou ainda que “no dia da eleição todos os órgãos de segurança no Estado, inclusive Exército, ABIN e Polícia Federal, estarão mobilizados no Centro de Controle instalado na SSPDS para atuação coordenada na segurança das eleições”.

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