Dá 9h30min e a sirene toca. O alimento que virá, no intervalo de 20 minutos entre as seis aulas dos alunos do ensino médio da rede estadual, se repete em muitos dos cincos dias letivos semanalmente. Suco de polpa de fruta e biscoito do tipo cream cracker. A variedade é que às vezes a bolacha é Maria. “Outras vezes, uma sopa rala de frango”, conta Andressa Bernardo, 15, estudante do 1º ano do o Centro de Atenção Integrada à Criança e ao Adolescente (Caic) Maria Alves Carioca, no bairro Bom Jardim, ocupado por alunos desde a última sexta-feira, 29.
Merenda escolar de qualidade é uma das reivindicações mais frequentes nas pautas dos estudantes que vêm ocupando escolas no Estado. Os alunos reclamam que a merenda que chega é paga com verba de apenas R$ 0,30 por aluno e pedem incremento para uma alimentação de qualidade. Reiteradas vezes, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) responde em nota à crítica com a informação de que “a merenda escolar é financiada pelo Governo Federal através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), cujo valor é estabelecido pelo Ministério da Educação”.
"Esses R$ 0,30 que o Governo (Federal) manda há nove anos é pra ser complementar. Mas não é, porque não tem o dinheiro-base. A nossa merenda é paga com umas moedinhas", afirma Andressa. O Ministério da Educação (MEC) corrobora e afirma que a verba deveria funcionar apenas como suplemento. Questionado pelo O POVO, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fnde), por meio de assessoria, ressaltou que “a responsabilidade por prover a alimentação escolar é das próprias redes” e que o Pnae “repassa recursos suplementares a todos os estados e municípios para apoiar a alimentação escolar de estudantes das redes públicas de ensino”.
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