Janot, que iniciou em setembro do ano passado um segundo mandato como procurador-geral, já apresentou nove denúncias contra Renan, todas derivadas das investigações da Operação Lava Jato. Renan também é investigado pela Operação Zelotes, que apura a suspeita de venda de medidas provisórias.
A gravação em que ele fala de Janot foi revelada pela TV Globo nesta sexta, 27.
Num dos trechos do diálogo, Machado diz a Renan que não há nada contra ele nas investigações. Renan responde que não entende por que virou uma obsessão do procurador-geral da República.
“Machado: Hoje, eu acho que vocês não poderiam ter reconduzido esse b*, não. Aquele cara ali...
Renan: Quem?
Machado: Ter reconduzido o Janot. Tinha que ter comprado uma briga ali.
Renan: Eu tentei... Mas eu estava só”.
A assessoria de Renan contestou a versão que aparece na gravação e disse que o presidente do Senado apoiou a recondução de Janot ao cargo.
Machado fez as gravações para conseguir que seu acordo de delação premiada fosse aceito pelo Supremo Tribunal Federal, o que ocorreu na última quarta-feira, 25. Além de Renan, o ex-presidente da Transpetro fez gravações do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente José Sarney.
Jucá foi afastado do ministério de Temer após o jornal Folha de S.Paulo revelar que ele sugeriu que um pacto do novo governo deveria “estancar a sangria” representada pela Lava Jato. Ação passaria pelo impeachment da agora presidente afastada Dilma Rousseff.
Asfor nega relação
O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) César Asfor Rocha nega ter sido procurado para tratar de assuntos relativos à Operação Lava Jato, conforme indicado no áudio da conversa entre o ex-presidente José Sarney e Sérgio Machado, ex-presidente da estatal Transpetro e novo delator do caso.
No áudio divulgado na quinta-feira, 26, pela Rede Globo, os dois conversam sobre a possibilidade de influir o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, para evitar que o caso de Machado fosse remetido para a primeira instância em Curitiba. Na conversa, o nome de Rocha é citado como o de alguém que poderia intermediar contato com Zavascki, considerado personalidade muito fechada.
Em nota, Rocha diz que “nega, com igual veemência, que tenha conversado sobre o tema com qualquer ministro do Supremo Tribunal Federal ou com qualquer outro magistrado”. “Repudia, por fim, as ilações injuriosas precipitadamente extraídas da simples menção a seu nome em conversas de terceiros”, diz o texto. (agência Folhapress)
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