A transferência de detentos para presídios federais foi intensificada no Ceará. Ontem, foi encaminhado o 14º preso para unidades mantidas pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) em um ano e quatro meses de governo Camilo Santana. No ano passado inteiro, foram cinco detentos enviados. De janeiro a abril deste ano, já foram nove.
A cúpula da segurança pública do Ceará considera que essas transferências são a principal motivação dos 28 atentados ou ameaças registrados desde março.
Vinculadas ao Ministério da Justiça, as penitenciárias são consideradas de segurança máxima. Sinais de telefonia são bloqueados. Em 10 anos desde que o sistema federal foi implantado, não houve nenhuma apreensão de celular. Como a comunicação com o exterior é obstruída, os criminosos considerados mais perigosos são mantidos fora da cadeia de comando das organizações.
De acordo com o titular da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), Hélio Leitão, as transferências de presos não se tornaram “regra geral”, mas continuarão sendo realizadas sempre que necessário.
“São medidas excepcionais, usadas em casos excepcionais, que obedecem a diversos critérios, como o grau de periculosidade e liderança dos detentos, o poder de articulação de crimes e o nível de instabilidade que eles possam provocar no sistema prisional”, detalhou.
Ele ressaltou que não há intenção de recuo na política de transferências por causa das retaliações que as medidas possam provocar. O início dos atentados registrados em março, por exemplo, teriam como motivação a remoção de Francisco de Assis da Costa Lima, conhecido como Big Big, levado pouco antes para a penitenciária de Campo Grande (MS).
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