Segundo a Funceme, este ano tem 65% de chances de chuvas abaixo da média histórica, que é de 587,1 milímetros, entre os meses de fevereiro e abril. Se o prognóstico se confirmar, o Ceará terá a estiagem mais longa do Estado em 32 anos. O último período com cinco anos de chuvas abaixo da média histórica foi entre 1979 e 1983. Uma das causas na década de 1980 permanece a mesma agora. O fenômeno El Niño provocou aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, dificultando a formação de nuvens de chuva no Ceará.
Como explica o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, o cenário da estação chuvosa, entre fevereiro e abril, é influenciado pelos fenômenos do Oceano Pacífico, notadamente o El Niño. Em 2016, a análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala, além dos resultados de modelos numéricos globais e estatísticos indicam uma persistência da situação dos últimos quatro anos.
Segundo a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), os açudes cearenses estão com apenas 12,5% da capacidade. Dos 153 reservatórios monitorados, 131 estão com nível abaixo de 30%. Diante do cenário, o Governo anuncia a continuidade de medidas para a convivência com a seca. Entre elas, a racionalização de água — com meta de redução e taxação de consumo gerida pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) —, perfuração de poços, construção de adutoras e atendimento de cidades com carros-pipa.
O Governo ainda estuda dessalinizar a água do mar pela primeira vez em larga escala. Para o segundo semestre, período mais crítico pela ausência das chuvas, espera a entrega das obras de transposição do rio São Francisco, prevista para julho, garantindo segurança hídrica para cerca de 70% dos habitantes do Estado.
Nas páginas a seguir, especialistas enfatizam a importância do envolvimento da população, parte importante da responsabilidade pela degradação ambiental, que precisa estar atenta às ações para minimizar os efeitos da estiagem. Eles discutem não somente as causas das mudanças climáticas, mas também as consequências e as formas de priorizar o meio ambiente.
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