terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Vacina contra dengue estará à venda em três meses no Brasil

O governo brasileiro autorizou a venda da primeira vacina contra a dengue no país, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. A expectativa é de que a vacina esteja disponível para venda num prazo de até três meses. A oferta do produto na rede pública depende de aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, a partir de critérios como público-alvo e eficácia. O Ministério da Saúde diz que a decisão “será estudada com prioridade”, mas faz ressalvas sobre a vacina.

Na rede privada, grandes laboratórios (como Fleury e grupo Dasa, das marcas Delboni, Lavoisier e Alta) dizem ter interesse em disponibilizá-la, mas afirmam ainda analisar em qual prazo. A vacina, já autorizada no México e nas Filipinas, é destinada para a faixa entre 9 e 45 anos, aplicada em três doses (uma a cada seis meses), com eficácia global de 66%. Esse índice varia conforme os tipos de vírus - a proteção se refere a quatro sorotipos.

O laboratório Sanofi Pasteur diz que a definição do preço depende da estratégia do governo federal para oferta do produto à população. O ministro Marcelo Castro (Saúde) disse neste mês que esse custo é um “problema”. Citou uma referência de 20 euros (em torno de R$ 85) por dose e que seria “inviável” para toda a população. Ele sugeriu como ideia inicial a vacinação de adolescentes de 10 a 14 anos, “porque é um público que se movimenta muito”, facilitando a transmissão da doença.
 
Críticas
Jarbas Barbosa, presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que concedeu registro da vacina), afirmou em maio que a eficácia dela é “limitada” e que um intervalo de seis meses para cada dose “não serve para contenção de um surto”. A mesma crítica é feita por Esper Kallás, infectologista da USP e coordenador de estudos da vacina pelo Instituto Butantan. Ele destaca que vacinas contra meningite, rubéola e sarampo têm eficácia da ordem de 90% e faz críticas ao fato de ela não contemplar pessoas mais novas e idosos, público com maior incidência de casos graves.

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