sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Levy já se despede do Governo

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, falou em tom de despedida ontem no Conselho Monetário Nacional (CMN). Disse que não estaria mais no próximo encontro do colegiado, no final de janeiro de 2016. As informações são de assessores que participaram da reunião e foram noticiadas pela Folha de S. Paulo e pela Agência Estado. Levy disse, por meio de sua assessoria, que revelar o que é dito em reunião do CMN é uma “infração funcional, por isso, não poderia nem confirmar nem desmentir”.

Antes mesmo dos boatos de que a meta fiscal de 2016 iria cair para 0,5% do PIB - fato que era contra -, Levy já teria acertado com a presidente Dilma Rousseff sua saída do cargo. Aguardaria apenas a escolha do seu substituto.

Levy foi empossado em 5 de janeiro de 2014. Em menos de um ano de atuação, o cenário nacional não melhorou, apesar de ter feito o que ele considera, em geral, como correto: aumento de tributos; corte de gastos públicos e menor intervenção na economia. Na verdade, fatos como a alta do dólar e perda do grau de investimento em duas agências de classificação de risco, aprofundaram a crise no País.

Levy não é apontado como o único culpado, já que perdeu batalhas importantes no Congresso Nacional, conforme analisa o economista Eldair Melo. Recuou quanto à recriação da CPMF, não conseguiu segurar o adiantamento do 13º salário dos aposentados e não conseguiu fazer todos os cortes na máquina pública que considerava necessário. Foi pressão política.

A saída de Levy sinaliza a necessidade de um ministro com melhor trato político. “Ele sabe o que fazer, mas não sabe convencer de que é correto”, analisa o economista Henrique Marinho.

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