A ONU (Organização das Nações Unidas) classificou ontem como “claramente insuficientes” as medidas tomadas pelo governo brasileiro, a Vale e a anglo-australiana BHP para evitar os danos do rompimento da barragem em Mariana (MG).
“Não é aceitável que tenha demorado três semanas para que informações sobre os riscos tóxicos da catástrofe mineira tenham chegado à tona”, diz trecho do comunicado com declarações de dois relatores especiais da ONU, John Knox e Baskut Tuncak.
O rompimento da barragem da Samarco (presidida por Ricardo Vescovi e controlada por Vale e BHP) no dia 5 provocou um “tsunami de lama” - que também tinha rejeitos de uma mina da Vale (presidida por Murilo Ferreira).
Além da morte de peixes, os rejeitos levaram à interrupção do abastecimento de água em algumas cidades.
A mineradora foi obrigada pela Justiça a tomar medidas para atenuar os danos ambientais, como a instalação de boias de contenção.
No comunicado, os relatores da ONU citam a ameaça de a lama chegar ao parque de Abrolhos, no litoral da Bahia.
A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) afirmou que haverá monitoramento diário no rio Doce diante da chegada do período de chuvas. O trabalho será feito por embarcação da Marinha, que chega hoje à região.
“O acidente não terminou, está vivo ainda. Mariana é o desastre ambiental mais grave que o Brasil já teve e de impacto regional de proporções inimagináveis.” Para a ministra, é possível a recuperação do rio Doce, mas em um “compromisso de longo prazo”.
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