O novo ministro das Comunicações, deputado federal pelo Ceará André Figueiredo, do PDT, afirma que o partido “nunca deixou a base”. Ele, que assume a pasta na próxima terça-feira,6, admite que houve atritos com líderes da base, mas insiste que a aliança com o Governo não chegou a ser interrompida.
“Na Câmara, não tínhamos diálogo, mas falávamos com a Presidência, através de assessores próximos a Dilma Rousseff (PT)”, justifica Figueiredo, que continua como líder do PDT na Câmara até receber oficialmente a função de ministro.
Para o parlamentar, a reforma ministerial abre portas para reaproximação com o Governo. Ele afirma que seu partido quer ajudar Dilma a sair da crise, porque ela abriu espaço para o debate com eles. “Temos a certeza de que podemos buscar essa aproximação política, até porque o Brasil está longe do novo processo eleitoral”, comenta.
Em agosto, PDT e PTB anunciaram afastamento da base e posição “independente” no Congresso. Para evitar o desgaste político das medidas impopulares, eles votaram contra o ajuste fiscal do Governo. A justificativa foi que não concordavam com o arrocho e queriam ter voto livre.
Figueiredo destacou que a aliança do PDT é com o Governo que ajudou a eleger em 2014, não com o PT. “Já dissemos à presidente que teremos candidatura própria em 2018. Não vai ser um ministério que vai mudar nossa visão, inclusive no que diz respeito ao ajuste fiscal”, explica.
Com a saída do pedetista, o suplente Neném do Cazuza (Pros) assume cadeira na Câmara. Ele obteve 46 mil votos no Ceará nas eleições 2014. A liderança da PDT na Câmara passa a ser comandada pelo deputado federal Afonso Mota, do Rio Grande do Sul.
Novos tributos
André Figueiredo se reúne com o antecessor Ricardo Berzoini na próxima segunda, 5, para se informar sobre os projetos do Ministério das Comunicações. A princípio, ele se diz contra taxações de aplicativos e serviços online, como Whatsapp e Netflix. Cauteloso, Figueiredo ressalta a necessidade do diálogo e se recusa a detalhar os planos antes de conhecer a realidade atual da pasta. “Qualquer declaração neste momento pode ser precipitada”, recua.
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