REFLEXO DA CRISE
Vagas temporárias caem 80% no CE; varejo terá 1.300 postos
Segundo o IDT, em anos anteriores, o mercado local ofertava, neste período, de 2.500 a 3.000 oportunidades
00:00 · 30.09.2015 por Levi de Freitas - Repórter
A proximidade das festas de fim de ano inicia um processo de contratação para empregos temporários característicos do período. Para 2015, contudo, a expectativa não é das melhores. Devido à crise econômica instalada no País, o comércio prevê retração nas contratações sazonais, com sensível diminuição na quantidade de postos de trabalho gerados durante o período. Segundo o Sistema Nacional de Emprego no Ceará (Sine-CE), a redução de ofertas chega a 80% em comparação com 2014.
O cenário não é nada animador para o período. O presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Antônio Gilvan Mendes de Oliveira, destaca que existem inúmeras dificuldades para conseguir, junto ao empresariado, fomentar a criação de vagas temporárias.
"Está realmente muito difícil. Fizemos uma grande mobilização de visitas, contatos a empresas que normalmente, nesse período, estariam contratando temporários. Em anos anteriores, estávamos disponibilizando de 2.500 a 3.000 vagas. Mas, até agora, não deslanchou. Eles (empresários) pedem para esperar, aguardar, pois o comércio não está reagindo. Nesta semana, estamos com apenas 962 vagas", informou.
A preocupação de Gilvan reside, principalmente, na comparação com a criação de vagas em natais passados. Em 2014, por exemplo, a quantidade de empregos temporários disponíveis no início de setembro foi cinco vezes maior que o identificado em igual período deste ano.
"No início de setembro do ano passado, estávamos com 2.000 vagas. Neste ano, eram apenas 400. É um quadro muito grande de incerteza. Estamos indo à procura, mas não sei se isso vai melhorar ao nível do ano passado", pontuou.
Sindilojas
A previsão do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas) é que até 1.300 postos de trabalho sejam criados para preenchimento de vagas temporárias neste Natal. De acordo com o presidente da entidade, Cid Alves, os problemas financeiros têm atrapalhado o crescimento da geração de empregos. "Infelizmente, se for uns 1.300 empregos temporários criados, será muito. Vamos bem diferente do que em anos anteriores. É uma pena dizer um número tão baixo. Se a gente for otimista, se houver uma calma no mercado e o cenário se tornar menos negativo, podemos chegar a 1.500 vagas", acrescentou o líder classista.
107 mil vagas no País
A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), por sua vez, prevê redução de 20% na criação de vagas temporárias em todo o País. A estimativa é de cerca de 107.800 contratações no Brasil para dezembro. No último ano, foram contratados 134.800 trabalhadores temporários no período.
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