terça-feira, 29 de setembro de 2015

MAIS ENDIVIDAMENTO

Tarifas de bancos sobem 8,6 vezes a inflação de 3 anos

Associação divulgou levantamento no qual mostra aumento de até 169% nas tarifas de bancos em três anos

00:00 · 29.09.2015
Serviços bancários e a taxa de juros rotativos do cartão de crédito foram alvo de comparações da Proteste e também do Procon da Assembleia Legislativa do Ceará ( Fotos: Kid Júnior/Lucas de Menezes )
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Fortaleza/São Paulo. As tarifas cobradas pelos oito maiores bancos do País, nos últimos três anos, cresceram até 169%, percentual equivalente a 8,6 vezes a inflação para o mesmo período (19,63%), como mostrou a Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
O comportamento das instituições, segundo denuncia a técnica responsável pela pesquisa, Renata Pedro, colabora para o aumento do endividamento pelo brasileiro, "vide a situação econômica difícil pela qual passamos no País".
A especialista conta que, na maioria das vezes, o consumidor possui uma conta que não atende ao perfil dele - ou seja, faz com que tenha mais gastos -, um cartão atrelado a esta conta - o qual usa como extensão da renda -, e, fazendo uso desmedido dos dois, não consegue quitar as dívidas, entrando no crédito rotativo - de taxas extremamente maiores que as das tarifas bancárias. Assim, "acaba tudo uma imensa bola de neve" de dívidas.
"Nossa intenção é mostrar uma saída, dizer para ficar de olho aberto, pois o pago mensalmente para estas tarifas fazem falta no orçamento", diz Renata, apontando para uma escolha consciente do perfil de conta, assim como as possibilidades de renegociação de dívidas.
Dados dos oito maiores
O levantamento elaborado pela Proteste comparou as tarifas das cestas informadas nas tabelas divulgadas pelas oito maiores instituições bancárias em atuação no Brasil: Banrisul, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Itaú e Santander.
O aumento percentual de maior expressão foi na cesta Exclusive Fácil (antiga Conta Fácil Bradesco Super) do banco Bradesco, que em 2013 custava R$ 23 mensais, e, já no próximo mês, passará a custar R$ 61,90. O consumidor terá um custo anual de R$ 742,80, ou seja, R$ 466,80 a mais que em 2013.
Contactado pela reportagem, o Bradesco comentou a pesquisa feita pela Proteste afirmando que "a Cesta Exclusive Fácil é constituída de uma gama de benefícios com serviços e quantidades de transações diferenciadas, inclusive com a redução nas taxas de juros em algumas linhas de crédito, valorizando, sobretudo, o relacionamento do cliente com o Banco".
Outro valor que chamou atenção no levantamento divulgado ontem, deve-se aos pacotes de serviços com valores de até R$ 74 mensais, como o cobrado pelo banco Santander na cesta de serviço Van Gogh Max. O custo anual do pacote soma R$ 888.
Também contactada, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), que representa o setor, informou que "não comenta a pesquisa da Proteste".
Acesso à informação
No texto de divulgação dos dados, a Proteste lembra que os bancos têm obrigação de divulgar o valor de todas as tarifas e taxas cobradas, além de deixar claro quais serviços estão inclusos nos pacotes oferecidos.
"Às vezes, o consumidor nem percebe que está pagando uma quantia tão alta, que vai comprometendo as finanças dele. No fim do ano, ele tem um valor que faz muita falta no orçamento", endossa a técnica responsável pelo estudo.

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