sexta-feira, 28 de agosto de 2015

AMBIENTE DE CRISE

Dilma encontrará demandas de setores que estão 'no limite'

Indústria, serviços, agricultura e comércio do Estado receiam o agravamento da crise e apresentam demandas

00:00 · 28.08.2015 por João Moura - Repórter
Segmentos como calçados, construção civil e indústria metalmecânica amargam perdas expressivas após um período de investimentos, com base na crença de que o País continuaria crescendo ( Foto: Kid Júnior )
Se a última viagem da presidente Dilma Rousseff ao Ceará, em setembro de 2014, foi marcada sobretudo pelos anseios em torno das eleições, a visita desta sexta-feira terá um foco bastante distinto. Esforçando-se para reconquistar a popularidade perdida após o enfraquecimento da economia e os escândalos de corrupção ligados à Petrobras, a chefe do Executivo nacional irá se deparar com uma série de demandas de segmentos que afirmam não ter como suportar novos ajustes e encargos.
Longe de estarem restritas a pequenos grupos, as queixas partem dos principais setores econômicos do Estado. "Nós estamos no limite do estrangulamento", aponta o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) do Ceará, Freitas Cordeiro. Um dos temores do comércio, afirma o líder classista, é que o governo federal, na tentativa de conter a inflação, aumente a taxa de juros e cause um impacto ainda maior sobre o consumo, o que resultaria em um número significativo de demissões no setor, agravando a crise econômica.
"As empresas já estão exauridas. Se o governo tentar aumentar as cargas, vai estar procurando um medicamento que vai matar o carrapato, mas vai levar a vaca junto, porque estamos no nosso limite", destaca. Para Freitas Cordeiro, o governo deve agora esforçar-se para dar sinais positivos para o setor, possibilitando índices maiores de formalização daqueles que atuam no comércio.
O presidente da FCDL acrescenta que as queixas do setor não estão ligadas a fatores políticos. "Não nos interessa quem está na presidência. O que nos interessa é dialogar com quem está lá, para que todos possam contribuir e prestar o maior apoio, fazendo a gente sair da crise", salienta Freitas.

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