REFORMA POLÍTICA
Propostas derrotadas repercutem no Ceará
28.05.2015
Deputados e vereadores cearenses lamentaram o modo como a reforma política tem sido conduzida no Congresso
Deputados estaduais cearenses e vereadores da Capital lamentaram ontem o resultado do primeiro dia de votação de propostas da reforma política na Câmara dos Deputados. O deputado Renato Roseno (PSOL) criticou as propostas apresentadas na Casa, dentre elas o "distritão" (sistema em que os candidatos mais votados são eleitos, sem o critério do quociente partidário).
O deputado ainda reclamou do financiamento empresarial de campanhas eleitorais, que pela proposta rejeitada ontem seria garantido na Constituição Federal, com teto estabelecido (hoje já existe limite). Segundo ele, o distritão prejudicaria partidos ideológicos e as doações de empresas constitucionalizariam a interferência do poder econômico no sistema político e eleitoral.
Na Câmara Municipal, o vereador Fábio Braga (PTN) disse que "a Câmara Federal sepultou parte da reforma política. Embora o atual não seja o melhor, não tem sistema melhor com esse número de partidos políticos que satisfaça todas as correntes de pensamento do País", alegou.
Destacando o alto valor das campanhas eleitorais no País, o deputado Renato Roseno apontou que recursos utilizados para a disputa do Governo no Estado são comparáveis aos custos de pleitos presidenciais de países da América do Sul. "Há um levantamento que nos informa que as dez empresas que mais doaram para a campanha de deputados federais influenciaram a eleição de 360 eleitos. Para aprovar uma mudança na Constituição, são necessários 308", detalhou.
Na visão do socialista, o atual sistema político brasileiro não gera partidos, mas organizações que buscam atender a interesses individuais. Segundo Roseno, a reforma desejada pela população é a que reduz a corrupção, o favoritismo, os interesses privados e o predomínio do grande capital na esfera política.
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