sexta-feira, 1 de maio de 2015

OLHAR SOBRE O MERCADO

Desafios ao trabalhador no Estado do Ceará

01.05.2015

Neste dia 1º de maio, questões como remuneração e capacitação ganham o centro das discussões

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Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad), o rendimento médio do trabalhador cearense é de R$ 616, 41, valor 44% menor que a média nacional (R$ 1.052,00)
FOTO: KID JÚNIOR
Reivindicar melhores condições de trabalho é uma luta antiga, mas que ainda está presente na realidade da população. O Dia do Trabalhador, comemorado hoje, convida a uma reflexão sobre a necessidade de direitos mais dignos na atividade laboral, garantindo por meio da democracia uma novo papel para o cidadão. No Ceará, a precarização do trabalho e a desvalorização do profissional é um assunto que preocupa as entidades. "Quando olhamos a classe de trabalhadores no Estado o cenário ainda é bem crítico. Perdemos nossos melhores técnicos, profissionais e cabeças, porque em qualquer lugar do Brasil ele consegue ganhar mais que aqui", critica o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Reginaldo Aguiar.
De acordo com Aguiar, o Estado vive uma contradição do crescimento econômico e de benefícios mal distribuídos para os trabalhadores. "O Ceará, nos últimos sete anos, tem crescido bem acima da média do Brasil. Nós temos o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste, porém também temos a pior renda no mercado formal (R$ 616) e informal. É uma coisa injustificável o ganho médio ser menor". O rendimento mensal domiciliar per capita no Ceará ficou 41,44% abaixo do registrado para o País (R$ 1.052). O valor apontado para o Estado corresponde também ao terceiro menor entre todas as 27 unidades da Federação, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Para o presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Gilvan Mendes, este cenário é justificado devido à cultura empresarial da região. "Se você compara com outras capitais do Nordeste, realmente aqui é o que paga o menor salário. Não há retenção de talentos e acaba havendo um prejuízo maior, com a troca constante de profissionais". Dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Fortaleza mostram que a taxa de desemprego em março superou em 0,8 ponto percentual o resultado registrado em fevereiro, passando de 7,2% para 8%.
Elevar renda é meta
O titular da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Josbertini Clementino explica que é uma prioridade para o Governo do Estado elevar a renda média do trabalhador cearense. Para isso, o secretário afirma que está dialogando com empregadores e empregados, para constituir a Agenda do Trabalho Decente. "Apesar de gerarmos muitos empregos, temos que elevar o ganho real do cearense, que ainda é baixo. A discussão já está sendo feita, é uma prioridade para este ano", afirma Clementino, ressaltando que o governo pretende fazer grandes investimentos na área, para qualificação profissional e apoio ao empreendedorismo do Ceará.
Políticas de capacitação

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