PROPOSTAS PARA O BRASIL
Projeto nacional ainda é uma lacuna nos partidos
27.04.2015
Para especialistas, as siglas não se organizam de forma unificada e com uma proposta consolidada para o País
Apesar de 32 partidos estarem devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 28 deles com representação no Congresso Nacional, essas agremiações se organizam majoritariamente em torno de projetos regionais. Diante da crise política nacional que respinga na credibilidade do poder público, legendas aliadas e opositoras ao Governo Federal têm pouco a oferecer em relação à consolidação de um projeto nacional para o Brasil. Enquanto isso, a perspectiva de reforma política ainda é um "engodo", conforme apontam analistas políticos.
O professor Adriano Oliveira, do departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), diz que não visualiza nenhuma legenda com proposta concreta e inovadora para o País. Para ele, a ainda vigente polarização entre PT e PSDB demonstra que os partidos políticos estão pouco atentos às reivindicações de setores da sociedade nas manifestações de rua e nas redes sociais.
"Os partidos ainda não entenderam os sinais que os eleitores estão pedindo. A oposição parte do princípio de que toda essa gritaria existe apenas porque temos Dilma Rousseff exercendo a presidência da República. Isso é equivocado", destaca, complementando: "A inquietação é com o todo, é com o sistema, não somente com a presidente Dilma. Tanto oposição como situação, em vez de apresentarem uma nova agenda, ficam discutindo a velha polarização entre PSDB e PT".
Atuando como protagonista no Congresso Nacional - com as presidências da Câmara Federal e do Senado e a vice-presidência da República -, o PMDB é um aliado trabalhoso do Governo Federal. No Ceará, o grêmio contrapõe-se ao governador Camilo Santana e tem como liderança mais expressiva o senador Eunício Oliveira, que, a despeito de rusgas com o PT, é aliado de Dilma Rousseff, filiada à mesma sigla do governador cearense.
Indefinido
O PSB é outro que figura no rol dos indefinidos. Aliado por muitos anos do Governo Federal, iniciou, a partir de 2013, uma rebelião que culminaria na candidatura a presidente da República de Eduardo Campos (morto no ano passado). Carente de liderança nacional que toque os anseios da agremiação, o PSB está, hoje, espalhado em alguns estados, mas com pouca perspectiva de alavancada nacional.
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