quarta-feira, 29 de abril de 2015

ENERGIA EÓLICA

Atlas deve recuperar a competitividade do CE

29.04.2015

O documento, que poderá ficar pronto em até quatro meses, busca atrair investimentos para o setor no Estado

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Entre março de 2014 e igual mês deste ano, o Estado ficou na segunda posição do ranking nacional, abaixo apenas do Rio Grande do Norte. Porém, a expansão nacional da capacidade instalada está em ritmo mais acelerado
FOTO: FERNANDO BRITO
Após 15 anos, o Ceará finalmente voltará a ter uma orientação precisa das direções para onde sopram os ventos favoráveis a investimentos energéticos. Elaborado no ano 2000, o atlas eólico cearense - mapa que fornece informações decisivas na identificação de áreas que podem ser aproveitadas para a instalação de parques geradores de energia eólica - será refeito e dará lugar a um novo documento no prazo de até quatro meses.
A intenção é que, após o lançamento do novo mapeamento de ventos, o Ceará volte a ganhar impulso significativo de investimentos nesse setor, já que vem perdendo espaço em leilões de energia para estados como Bahia e Rio Grande do Norte.
"O atlas anterior era direcionado a torres eólicas de cerca de 50 e 60 metros de altura. Nós vamos fazer um novo atlas voltado para torres de 120 metros, que são as mais comuns hoje", diz o coordenador de Energia e Comunicações da Secretaria da Infraestrutura do Estado do Ceará (Seinfra), Renato Rolim.
Segundo ele, os especialistas que irão elaborar o novo projeto serão contratados no prazo de aproximadamente cinco dias. A elaboração do documento deverá durar de três a quatro meses.
Dotado de grande vocação para a produção de energia eólica, o Ceará teve um aumento de 4,75% nos últimos 12 meses na capacidade instalada, passando de 1.242 MW para 1.302 MW entre março de 2014 e igual mês deste ano, conforme dados prévios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Ranking
O Estado ficou na segunda posição do ranking nacional, abaixo apenas do Rio Grande do Norte, que registrou 1.909 MW. Entretanto, a expansão nacional da capacidade instalada de energia eólica está em ritmo bem mais acelerado que a cearense. Nesse mesmo período, houve aumento de 113% no Brasil, de 2.758 MW para 5.861 MW.
Nova secretaria
O governo do Estado também promete ter uma postura mais ativa na atração de investimentos em energia eólica, com a criação da Secretaria de Energia e Comunicações, que funcionará de forma adjunta à Seinfra e terá como titular o atual coordenador da área na pasta, Renato Rolim. De acordo com ele, o novo segmento especializado na elaboração e promoção de políticas públicas na área de energias renováveis, petróleo, gás, telecomunicações e mineração irá iniciar suas atividades em cerca de quinze dias.
Rolim informa que a pasta adjunta irá, em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), "receber o investidor, saber da importância dos investimentos em termos de geração de empregos, dos impostos, e apoiar os projetos desde o início, nas implementações", sendo priorizadas as energias solar e eólica.
A nova secretaria também pretende trabalhar para a ampliação de linhas e subestações da rede elétrica, de modo que elas acompanhem os investimentos eólicos, dando escoamento à energia gerada por novos parques. Considerando apenas os projetos já contratados, o Ceará chegará ao ano 2018 com 1800 MW de capacidade instalada, segundo aponta.

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