MANIFESTAÇÃO
BR-116 é desbloqueada após decisão judicial
26.02.2015
Caminhoneiros resolveram liberar a via antes mesmo de receberem notificação oficial da Justiça
Os caminhoneiros que aderiram à greve e bloquearam o trecho entre os quilômetros 12 e 16 da BR-116 resolveram liberar a via por volta das 21h37 de ontem. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os condutores decidiram aceitar as propostas feitas pelo Governo Federal e, mesmo antes de serem notificados oficialmente sobre a decisão judicial que determinava o fim da interdição, anteciparam as suas saídas e deram início à desobstrução da rodovia.
Ainda na tarde de ontem, o juiz da 4ª Vara Federal, José Vidal Silva Neto, determinou que os caminhoneiros deixassem a via imediatamente. A decisão entretanto, não chegou a ser entregue à PRF nem aos caminhoneiros, o que deveria acontecer durante esta manhã.
Os manifestantes começaram a movimentação por volta das 15h da última terça-feira (24), com o objetivo de reduzir o preço do combustível e de aumentar o valor do frete, quantia recebida conforme a carga e a distância da viagem feita por eles.
Caso descumprissem a determinação judicial, os condutores envolvidos estariam sujeitos à multa diária de R$ 500, por condutor, "sem prejuízo das sanções penais cabíveis". A intimação, por deliberação do juiz, deveria ser feita por meio das pessoas entre os caminhoneiros que se mostrassem líderes do movimento social da ocupação.
Repercussão
Comerciantes comemoraram a decisão da Justiça, pois estavam receosos com a possível falta de mercadorias. "Recebemos os produtos às quintas-feiras, então, se eles não chegarem, irão prejudicar o andamento da feira. Já estamos com poucas laranjas, espero que os caminhões consigam chegar aqui sem dificuldade", diz Odálio Girão, analista de mercado da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa).
Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos-CE), Valanildo Fernandes, relata que a possibilidade de faltar combustível no Estado é pequena. "Recebemos os combustíveis do Porto do Mucuripe, por isso, na Capital, não faltará produto de jeito nenhum. O Interior é abastecido através dos caminhões, mas existem outras vias de acesso".
O presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Gerardo Vieira Albuquerque, também garante não ter sentido nenhum efeito da greve. "Não estamos com falta de produto, mas claro que as fábricas próximas ao local da manifestação não estão nos abastecendo. Assim, a falta de mercadoria depende de onde o movimento encontra-se", explica.
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