OPERAÇÃO LAVA-JATO
Desvios na estatal chegam a R$ 2,1 bilhões, diz MPF
30.01.2015
Conforme os dados divulgados, R$ 450 milhões foram recupe- rados e R$ 200 milhões em bens bloqueados
São Paulo. O Ministério Público Federal (MPF), responsável pela força-tarefa que atua na Operação Lava-Jato, lançou uma página na internet para atualizar informações sobre as investigações. De acordo com balanço mais recente, os investigados na operação desviaram R$ 2,1 bilhões da Petrobras. Conforme os dados, R$ 450 milhões foram recuperados (21,42% do total estimado) e R$ 200 milhões em bens, o correspondente a 9,52%, estão bloqueados por determinação da Justiça.
Segundo o MPF, 12 investigados assinaram acordos de delação premiada. Conforme o levantamento, 150 pessoas e 232 empresas estão sob investigação.
Até a sétima fase da operação, deflagrada em novembro do ano passado, 60 pessoas foram presas, expediram 161 mandados de busca e apreensão e 37 pessoas foram conduzidas coercitvamente a prestarem esclarecimentos à Polícia Federal.
Após a apuração dos crimes, a Justiça Federal em Curitiba abriu 18 ações criminais contra 86 investigados, que respondem pelos crimes de corrupção, tráfico de drogas, lavagem de ativos, formação de organização criminosa e crime contra o sistema financeiro nacional.
As suspeitas de corrupção na Petrobras começaram com a investigação sobre desvios de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo o Ministério Público, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões e alcançou gastos de R$ 20 bilhões.
Conforme o Ministério Público Federal, os desvios na construção da refinaria ocorreram em contratos superfaturados com empresas que prestaram serviços à Petrobras de 2009 a 2014. De acordo com a investigação, os desvios tiveram participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento, e de Alberto Youssef, dono de empresas de fachada.
Perdas
O rombo causado pela corrupção nas contas da Petrobras poderá ser ainda maior, caso surjam novas empresas e contratos suspeitos, admitiu a presidente da estatal, Graça Foster.
A companhia também poderá ampliar o período sob investigação, limitado entre janeiro de 2004 e abril de 2012, época em que Costa foi diretor de abastecimento. Na avaliação da presidente da empresa, com a evolução das investigações da Lava-Jato, o volume de desvios estimados poderá ser superior aos R$ 4 bilhões que já teriam sido apurados pela companhia.
O valor se refere à aplicação da cobrança indevida de 3% nos contratos, que seriam desviados para propinas a ex-funcionários, partidos e políticos. Ao todo, a companhia identificou 52 contratos com 23 empresas citadas nas investigações - que representam mais de R$ 188 bilhões em patrimônio da companhia.
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