segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

OPERAÇÃO LAVA-JATO

Costa ficará em silêncio em depoimento à CPI

01.12.2014

Parlamentares vão colocar frente a frente o ex-diretor de abastecimento e Nestor Cerveró

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A defesa de Paulo Roberto Costa afirma que, como pode impedi-lo de participar da sessão, o ex-diretor da estatal permanecerá calado
FOTO: FOLHAPRESS
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Segundo a estatal, novo diretor vai assegurar a conformidade de processos e mitigar riscos nas ações da companhia, dentre eles os de fraude
FOTO: FOLHAPRESS
Brasília. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa não responderá as perguntas dos parlamentares das CPI mista que investiga a estatal, amanhã.
Um requerimento aprovado pelo colegiado determinou uma acareação entre Costa e Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras.
Paulo Roberto Costa teria citado o ex-colega em seu depoimento ao Ministério Público Federal. Cerveró nega ter praticado qualquer ilegalidade.
João Mestieri, advogado de Costa, esclarece que não há como impedir a ida de seu cliente ao Congresso, mas adianta que ele permanecerá em silêncio. "Ele não pode falar e, ainda que pudesse, não deve. Ele é chamado lá por quê? Por que é bom para ele? Não. Ele vai fazer o quê?", questionou Mestieri.
Parlamentares favoráveis à convocação tinham a esperança de que o fim da delação premiada de Costa -já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF)- facilitasse o depoimento.
O advogado do ex-diretor, no entanto, lembra que parte das perguntas feitas na comissão, provavelmente, serão referentes à atuação de agentes públicos na estatal.
As informações sobre políticos fornecidas por Costa são sigilosas e estão a cargo do STF, única corte com poderes para julgá-los.
Recusando-se a prestar esclarecimentos, Costa repetirá o roteiro visto na última vez em que ele foi à CPI, no dia 17 de setembro. Já Cerveró, quando compareceu, respondeu os questionamentos dos parlamentares.
A reportagem não conseguiu encontrar o autor da proposta de acareação, deputado Enio Bacci (PDT-RS).
Mestieri contou ainda ter acompanhado o depoimento de seu cliente ao Ministério Público do Rio, na sexta. Os promotores foram à casa de Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, na Zona Oeste do Rio, para ouvi-lo sobre outros casos.
O Ministério Público do Rio também investiga denúncias de irregularidades na construção e reforma do Cenpes (centro de pesquisas da Petrobras).

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