terça-feira, 2 de dezembro de 2014

ENTRE 1980 E 2013

Mortalidade infantil no Ceará tem a maior queda do Brasil

02.12.2014

Estado deixou de ocupar o 3º lugar com maior taxa de mortalidade e, 23 anos depois, passou para a 16º posição

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No ano de 1980, a cada mil meninos nascidos, 121 não conseguiam chegar ao primeiro ano de vida. Já entre meninas, a proporção de óbitos era de 100,4 por mil. No ano passado, as taxas caíram para 18,1 e 15,2, respectivamente
Vítimas de um pobre atendimento em saúde e condições ainda mais precárias de higiene, no ano de 1980, a cada mil crianças nascidas no Ceará, uma média de 111,5 morriam antes de chegar a um ano de idade. Mais de 10% do total nascido. Exatos 23 anos depois, o Estado sofreu grandes mudanças no quadro de expectativa de vida entre meninos e meninas. Conforme divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, a taxa de mortalidade infantil cearense caiu para 16,6 óbitos por mil nascimentos. A queda observada foi a maior no País.
Os dados são das Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2013, que apresenta as expectativas de vida em todo o território brasileiro para as idades de 0 a 80 anos. Com o avanço registrado em pouco mais de duas décadas, o Ceará deixou de ocupar a triste posição de 3º estado com a maior taxa de mortalidade de recém-nascidos, em 1980, e passou ao 16º lugar, colocação ainda longe do ideal, mas de melhoria significativa.
De acordo com o levantamento, o Estado do Ceará teve a redução mais notável dentre todas unidades da federação. Ao longo de 23 anos, a taxa caiu 94,9 pontos ao todo.
No ano de 1980, a cada mil meninos nascidos, 121 não conseguiam chegar ao primeiro ano de vida. Já entre meninas, a proporção de óbitos era de 100,4 por mil. No ano passado, as taxas caíram para 18,1 e 15,2, respectivamente.
Atenção básica
Segundo Acilon Gonçalves, secretário-executivo de Saúde do Estado e obstetra, a redução pode ser atribuída a diversos fatores. No entanto, o primeiro grande choque na mortalidade infantil no Ceará foi a implantação do programa de agentes comunitários de saúde, nos anos 1990, e a ampliação das unidades de atenção básica em saúde nos municípios. Conforme o gestor, as duas medidas tiveram essencial importância pois proporcionaram o maior acompanhamento de grávidas e crianças no pré e no pós-natal.
"A boa atuação dos agentes comunitários de saúde foi fundamental para acabar com a morte por desidratação e desnutrição. Ao fazer o acompanhamento do peso e da hidratação do recém-nascido, eles têm como detectar precocemente as alterações e encaminhar para uma unidade de saúde. Além disso, eles também fizeram o trabalho de monitoramento de vacinação, impedindo as doenças próprias da infância", destaca.

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