quinta-feira, 20 de novembro de 2014

NO RIO DE JANEIRO

PF faz operação contra quadrilha que fraudou correios

Folhapress | 19h15 | 19.11.2014

Nove pessoas, incluindo o ex-diretor regional da estatal no Rio, Omar de Assis Moreira, 49, foram denunciados pelo Ministério Público Federal.

Polícia Federal  (PF) realizou nesta quarta-feira (19) uma operação contra os suspeitos de praticarem fraudes nos procedimentos cirúrgicos autorizados pela direção regional dos Correios no Rio de Janeiro aos seus servidores.
 
Durante toda a manhã foram feitas buscas em nove endereços na cidade do Rio, em Volta Redonda (sul do Estado) e na cidade de São Paulo. Entre os locais há as sedes de quatro hospitais particulares que integrariam o esquema. A Polícia Federal calcula que os prejuízos possam chegar a R$ 140 milhões.
 
Nove pessoas, incluindo o ex-diretor regional da estatal no Rio, Omar de Assis Moreira, 49, foramdenunciados pelo Ministério Público Federal (MPF). Moreira e mais as oito pessoas, incluindo funcionários da estatal no Rio e donos dos hospitais, tiveram os bens bloqueados na ação. Todos podem recorrer da decisão.
 
O juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal considerou que não seria necessário decretar a prisão dos investigados por serem, em sua maioria, servidores públicos com residência fixa. Em seu despacho, o magistrado considerou que Omar Moreira, apesar de ter conhecimento das irregularidades, não acionou os órgãos de controle interno e externo do governo federal.
 
Moreira é suspeito de receber propinas no valor de R$ 6 mil mensais para permitir as fraudes do esquema. Nesta quarta (19), Omar Moreira foi procurado pela reportagem, mas ninguém atende ao seu telefone residencial. Em seu telefone celular há uma mensagem informando de que o "assinante programou o telefone para não receber chamadas temporariamente". Até esta tarde, nenhum advogado se apresentou na Justiça Federal para defendê-lo.
 
De acordo com as investigações da PF que tiveram início em 2013, a direção dos Correios no Rio autorizou a partir de 2011 pagamentos a procedimentos cirúrgicos superfaturados ou que nem aconteciam nestas unidades. Esses hospitais tinham preferência para receber os pagamentos do plano de saúde da estatal desde que pagassem propinas aos dirigentes dos Correios.
 
Em um dos casos descobertos pela PF uma servidora foi submetida a uma cirurgia em que o pagamento feito ao hospital foi de R$ 866 mil quando não deveria custar mais do que R$ 50 mil. A Polícia Federal fez um levantamento, encaminhado ao Ministério Público Federal em que constatou 16 pagamentos irregulares aos quatro hospitais, totalizando R$ 4,4 milhões. Além disso, uma paciente teve 40 documentos de evolução médica falsificados com a assinatura de seis médicos diferentes.

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