sábado, 29 de novembro de 2014

ETERNO CHAVES

México dá adeus a Roberto Bolaños

29.11.2014

Ator, escritor e produtor de televisão morreu em sua casa, ao lado da "Dona Florinda", aos 85 anos de idade

Roberto Bollaños
A saúde de Bolaños era "frágil" e ele permanecia quase o tempo todo na cama, com acompanhamento 24 horas por dia
FOTO: REUTERS
Cidade do México. O célebre comediante Roberto Gómez Bolaños, criador dos personagens Chaves e Chapolin Colorado, morreu, na tarde de ontem, aos 85 anos. A causa da morte, ocorrida às 14h30 (horário do México) em sua casa em Cancún, não foi confirmada.
Ator, escritor e produtor de televisão, ele sofria de problemas respiratórios há anos por ter fumado durante muito tempo. Em março de 2012, foi internado em hospital na Cidade do México devido a uma insuficiência respiratória.
Em fevereiro deste ano, um parente disse à imprensa que a saúde de Bolaños era "frágil" e que ele permanecia quase o tempo todo na cama, com acompanhamento 24 horas por dia.
Segundo a CNN mexicana, o ator Edgar Vivar, que interpretou o Senhor Barriga, disse que o corpo do comediante será levado à Cidade do México, onde será velado.
Roberto Bolaños nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929. Começou a carreira como redator publicitário e nos anos 1950 passou a escrever roteiros para programas de comédia e cinema. Sua estreia como ator foi em 1960, no filme "Dos Criados Malcriados".
Ganhou o apelido Chesperito do diretor Agustín Delgado, primeiro a rodar um roteiro escrito por ele. O cineasta considerava Bolaños "um pequeno Shakespeare", que fazia histórias semelhantes às do escritor inglês. Em 1968, passou a escrever o programa "Los Supergenios de La Mesa Cuadrada", onde estreou como ator na televisão.
Em 1970, ganhou um programa próprio, batizado com seu apelido. No mesmo ano, o personagem Chapolin Colorado estreou na atração. No ano seguinte, "Chaves" foi ao ar pela primeira vez. Após o fim de "Chesperito", em 1973, Chaves e Chapolin ganharam programas independentes, que duraram até 1979. "Chesperito" voltou a ser exibido em 1980, mantendo-se na grade por 15 anos.
Em 1984, o SBT passou a exibir "Chapolin" e "Chaves". Este último passou a ser uma espécie de "levanta audiência" na emissora de Silvio Santos. A série foi retirada da programação algumas vezes, mas hoje é exibida de segunda a sexta-feira.
Bolaños teve seis filhos do casamento com a escritora Graciela Fernández. Atualmente, estava casado com a atriz Florinda Meza, a dona Florinda de "Chaves". Os dois viviam em Cancún, num local livre do assédio da imprensa mexicana.
Repercussão
O ator Edgar Vivar disse, em depoimento à rede de TV mexicana Televisa (que produziu a maior parte dos programas de Bolaños), que estava em estado de choque com a morte do colega. "Não pensei que me fosse afetar tanto. Meu telefone não para de tocar. Um abraço compartilhado com milhões de pessoas do mundo. Vou lembrar dele sempre com sorriso e com ânimo. Temos que agradecer a Deus. Seu bom humor é a maior lembrança", afirmou o intérprete do Senhor Barriga.
"Obrigado por fazer tanta gente feliz e por todos os momentos maravilhosos que compartilhamos no grupo. Descanse em paz, Roberto", disse Maria Antonieta de Las Nieves, que interpretou a Chiquinha.
O ator Ruben Aguirre, que deu vida ao Professor Girafales, também homenageou o amigo. "Foi um bom companheiro, amigo, irmão e um dos melhores escritores dos últimos tempos no México", disse Aguirre.
O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto comentou ontem a perda de um dos maiores artistas do país. "O México perdeu um ícone, cujo trabalho transcendeu gerações e fronteiras", disse.
A cantora Thalia usou a sua página no Facebook para comentar a morte de Bolaños. "O mundo todo ora por Chesperito", disse a artista.

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