segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Retração

Dólar cai 2%, chega a R$2,37, com reação de Aécio na disputa eleitoral

Reuters | 13h42 | 06.10.2014

"O mercado está eufórico com a possibilidade de um segundo turno mais disputado"

 

Aécio Neves
Dilma é alvo de fortes críticas no mercado financeiro, que prefere a política econômica mais ortodoxa prometida por Aécio
Foto: Divulgação
O dólar caiu 2% ante o real nesta segunda-feira (6), chegando ao patamar de R$ 2,37 na mínima do dia após o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, garantir uma vaga no segundo turno das eleições com surpreendente arrancada final, aproximando-se da atual presidente Dilma Rousseff (PT) como nunca na campanha.
Operadores diziam, no entanto, que esse movimento não deve se sustentar nas próximas semanas, uma vez que a disputa no segundo turno deve ser acirrada e manter o mercado volátil.
Às 12h11, a moeda norte-americana <BRBY> recuava 2,08%, a 2,4107 reais na venda, após alcançar 2,3782 reais na mínima da sessão, com queda de 3,40%. O contrato futuro do dólar para novembro <DOLc1> caía 1,94%, a 2,4290 reais. O dólar, no entanto, afastou-se das mínimas do dia no fim da manhã, num movimento de correção técnica.
"O mercado está eufórico com a possibilidade de um segundo turno mais disputado", disse mais cedo o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.
Aécio ficou com 33,6% dos votos válidos, o equivalente a 34,9 milhões, enquanto Dilma marcou 41,6%, ou quase 43,3 milhões de votos. O desempenho do tucano veio bem acima do indicado nas pesquisas de intenção de voto, surpreendendo investidores.
Analistas acreditam que o mercado deverá continuar volátil até o segundo turno, no próximo dia 26, operando com base no noticiário político e nas pesquisas. Mas a médio prazo, preveem pressão de alta do dólar devido à perspectiva de juros mais elevados nos Estados Unidos.
"O dólar deve ter um movimento instantâneo de queda", afirmou o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. "A queda não deve levar a moeda ao patamar inferior a 2,30 reais, nem o PSDB quer isso", acrescentou.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, como parte das atuações diárias. Foram vendidos 2 mil contratos para 1º de junho e 2 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,7 milhões de dólares.
O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 18% do lote total, equivalente a 8,84 bilhões de dólares.
Nesta sessão, segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 200 milhões de dólares no mercado à vista, baixo para o horário.
Segundo operadores, os investidores preferiam concentrar as transações no mercado futuro, onde podem ser mais alavancadas. Cerca de 307 mil contratos futuros de dólar para novembro haviam sido negociados até o fim desta manhã, próximo da média diária dos útimos 30 pregões em um pregão todo.

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