quinta-feira, 9 de outubro de 2014

PLEITO DE 2010

Costa confirma propina a partidos

09.10.2014

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Ex-diretor da Petrobras disse, em depoimento à Justiça Federal, que corrupção em estatal beneficiou o PT, PMDB e PP em disputa eleitoral
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Curitiba. Em seu primeiro depoimento à Justiça após ter feito um acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que o esquema de corrupção na estatal irrigou campanhas de três partidos no pleito de 2010: PT, PMDB e PP. Naquele ano, houve eleições para presidente, governadores e deputados.
Deflagrada em março pela Polícia Federal, a Operação Lava- Jato descobriu um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras que envolveu Costa, doleiros e fornecedores da estatal. Segundo a PF, uma "organização criminosa" atuava dentro da empresa. O esquema teria movimentado R$ 10 bilhões.
No depoimento, ele envolveu dirigentes da Petrobras e subsidiárias. Segundo Costa, três ex-diretores da estatal fizeram parte do esquema: Nestor Cerveró, Jorge Zelada e Renato Duque.
No depoimento, ele reconheceu ter recebido dinheiro da Odebrecht, citou o nome do executivo Márcio Farias como sendo seu contato, mas não citou valores. O ex-diretor disse que a propina correspondia a 3% do valor líquidos de contratos da Petrobras, que eram divididos entre ele e partidos políticos. Afirmou também que o CNCC, consórcio liderado pela Camargo Corrêa, pagou propina para ganhar obras da Petrobras.
Ontem, a ex-contadora do doleiro envolvido na Lava-Jato Alberto Youssef, Meire Poza, revelou ontem que o então ministro das Cidades de Dilma Mário Negromonte (PP-BA) indicou a Youssef a compra de empresa de rastreamento de veículos de Goiânia (GO). A ex-contadora afirmou ainda que emitiu R$ 7 milhões em notas fiscais frias durante os anos em que prestou serviços para o doleiro.

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