488 MIL NO APERTO

Ceará: dívida média das famílias é menor do País

02.09.2014

Em 2013, o nível de endividamento das famílias na Capital atingiu 67%, acima da média nacional

• imprimir

O levantamento revela que 22% das famílias estão com dívidas em atraso na Capital cearense. O índice é o mesmo verificado em outras capitais do Nordeste como João Pessoa, Maceió e Recife

FOTO: KELLY FREITAS

No ano passado, o valor médio de dívida por família, em Fortaleza, foi o menor registrado dentre todas as capitais brasileiras. É o que revela a pesquisa Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). De acordo com o estudo, em 2013, a parcela de dívida por família da Capital cearense foi de R$ 711, menos da metade da média registrada no País (R$ 1.840). Apesar disso, a cidade é a segunda do Nordeste com maior número de endividados, cerca de 488 mil.

O levantamento mostra um recuo de 35% no valor médio das dívidas em relação aos R$ 1.100 apurados em 2012 em Fortaleza. Já Recife, assim como nos anos de 2011 e 2012, foi a única no Nordeste que apresentou valor muito acima da média brasileira: R$ 2.175. "A população da Capital cearense apresentou uma capacidade maior no pagamento das despesas, por isso registrou um valor menor nas dívidas por família. Além disso, o nível de renda menor também por contribuir para esse nível", explica Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP.

Renda comprometida

Ainda conforme o estudo da Federação, no ano passado, Fortaleza também liderou o ranking nacional no que diz respeito ao menor porcentual de renda comprometida com as dívidas, apenas 21%. Cenário contrário aos dois últimos resultados, quando ultrapassou as médias de 29% e 30%, em 2011 e 2012, respectivamente. Da região, ainda ficaram entre as cinco primeiras dessa lista Salvador (28%) e São Luís (26%).

Nesse mesmo quesito, João Pessoa, Teresina e Maceió estão à frente das capitais brasileiras com maior valor de renda comprometida, sendo que as duas primeiras registraram 44% e a terceira 40%. "O aumento dos juros, assim como o medo da inflação, são alguns dos fatores que podem explicar esse freio nas dividas. As famílias estão se protegendo mais e comprometendo menos da renda", avalia.