CONTROLADORIA
Policial civil é demitido por agredir advogada
29.08.2014
O inspetor, que também é vereador no município de Paramoti, teve a demissão publicada no Diário Oficial do Estado
O vereador de Paramoti, João Batista Félix de Castro, foi expulso da Polícia Civil, onde desempenhava as funções de inspetor, por conta de uma agressão cometida contra a advogada Elisângela dos Santos Silva, que teve o nariz fraturado, depois de ser atingida pela cabeça do policial. A decisão sobre a demissão de João Batista foi publicada no Diário Oficial do Ceará (DOE), da última terça-feira, dia 26.
A advogada teria ido à Delegacia Regional de Canindé, no último dia 10 de janeiro, para providenciar a liberação do caminhão de um cliente dela, que havia sido apreendido. Segundo informou a vítima, mesmo a delegada, Giselle Oliveira Martins, tendo concordado com a liberação do veículo, o inspetor a agrediu tentando impedir que o caminhão fosse levado.
Na época em que o fato aconteceu, a advogada se pronunciou e contou o que teria acontecido. "Quando nos dirigimos até o carro, ele começou a me constranger e ameaçar o meu cliente. Retornei à Delegacia, chamei à delegada e mostrei o que estava acontecendo. Retornei ao local onde estava ocorrendo à discussão, o inspetor cruzou os braços, veio em minha direção e me deu uma 'cabeçada'. Voltei, pedi ajuda na Delegacia e fui socorrida pela delegada", conta.
O ex-inspetor de Polícia, já é citado como réu, em uma ação penal, pelo crimes de abuso de autoridade; e em três ações por crimes contra honra, por sequestro, cárcere privado e concussão. O texto da Diário Oficial considera, com base na vida pregressa do ex-policial, que "o mesmo não procede, na vida pública ou particular, de modo a dignificar a função policial, por existir em seu desfavor diversos processos criminais".
O titular da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD), Santiago Amaral, disse que a decisão da demissão foi fundamentada, no que ele considerou uma "grave agressão praticada pelo inspetor de Polícia Civil contra a advogada". No entanto, o controlador lembra que os outros crimes atribuídos a João Batista pesaram na decisão pela demissão.
"A demissão não foi baseada somente nisto. O inspetor já responde a inúmeras ações penais por motivos igualmente graves", declarou Amaral. João Batista ainda poderá recorrer da decisão, no Conselho de Disciplina e Correição dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, que é um órgão colegiado que tem poder de revisar as decisões do controlado.
Sem resposta
A reportagem tentou contato com João Batista Félix de Castro, entretanto, o celular do inspetor estava desligado.
À época, o policial civil negou a intenção de agredir Elisângela dos Santos Silva, afirmando que a cabeçada na advogada teria sido um 'acidente'. "Quando eu fui entrando, subindo os degraus da delegacia, avançaram em cima de minha pessoa; quando eu me virei, aconteceu realmente o fato".
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