VIOLÊNCIA
Igrejas mudam rotina devido à insegurança
30.04.2014
Paróquias cancelam celebrações e instalam equipamentos de segurança para tentar evitar assaltos e furtos
A palavra "igreja" vem do termo grego ekklesia, que significa reunião, convocação. Entretanto, o crescimento da insegurança em Fortaleza tem sido um convite para os fiéis deixarem de frequentar suas congregações. No Centro, missas foram canceladas e o acesso aos templos foi restringido para evitar assaltos.
No Santuário Coração de Jesus, localizado na praça de mesmo nome, as grades rodeando a edificação já não são novidade. Contudo, os aparatos de segurança não têm garantido o fim dos furtos que acontecem dentro do local. "Poucos dias antes da Semana Santa, roubaram o cofre do Senhor Morto durante o dia. O ladrão quebrou o cofre e saiu andando normalmente", informou o reitor do santuário, frei Sérgio Viana. "Às vezes, eles ficam andando por aqui, como quem vem rezar e praticam o assalto", completou.
Para tentar evitar o acesso de ladrões, o templo possui apenas uma entrada. Câmeras também foram instaladas e, à noite, o local é vigiado por uma empresa de monitoramento eletrônico. "Dois policiais fazem a ronda na praça e às vezes entram no santuário. Durante domingos e festas, temos seguranças particulares. Mas as tentativas de assalto são constantes", afirmou o frei.
Para o religioso, o problema da segurança deve ser combatido por todos, especialmente com relação ao crescimento do consumo de drogas. "É preciso fazer uma mobilização social".
Sem missa
Voluntário na Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, José Alves Teixeira lamenta o cancelamento das missas dos sábados às 15h e dos domingos. A principal razão seria o grande número de ambulantes tomando as ruas do entorno da Praça José de Alencar. "Mas no domingo, a igreja não abre por causa da insegurança", explicou Teixeira.
A também voluntária Margarida Arraes confirma a decisão. "No domingo e nos feriados, o comércio do Centro é fechado. Por isso, não tem segurança. E as missas foram tiradas por causa dos assaltos", admite. Margarida disse que já houve assaltos dentro da igreja durante as reuniões de domingo.
Para coibir a ação de ladrões, a igreja também conta com câmeras de vigilância. Mas quem guarda o local é o funcionário da paróquia, Antônio Oliveira. Ele diz que as invasões e tentativas de furto são constantes, mas ele está sempre atento. "À noite, a gente sempre vem tirar gente aqui de cima, que sobe na torre para entrar e roubar", afirmou.
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