sexta-feira, 28 de março de 2014

NO SENADO

Governo vai tentar ampliar o foco da CPI

28.03.2014

Com 28 assinaturas, o senador Alvaro Dias protocolou o pedido de abertura de uma CPI exclusiva no Senado

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A ex-ministra da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), defendeu ontem que o objeto das investigações seja mais amplo
FOTO: AGÊNCIA SENADO
Brasília Pressionado até por aliados, o governo vai tentar ampliar o foco de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras para desgastar a oposição. Se não conseguir retirar as assinaturas para evitar a instalação da comissão, a estratégia do Palácio do Planalto será apostar numa espécie de "CPI do Fim do Mundo". A meta do governo é incluir no rol de apuração denúncias que atingem o PSDB do senador Aécio Neves (MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), os dois adversários da presidente Dilma Rousseff (PT).
Com 28 assinaturas, uma a mais que o mínimo necessário, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) protocolou ontem o pedido de abertura de uma CPI exclusiva no Senado para investigar a polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, por parte da Petrobras. Para constranger a oposição, o governo orientou a base a anunciar que também vai querer investigar, na mesma CPI, o cartel de trens e Metrô em São Paulo, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), e irregularidades no Porto de Suape, em Pernambuco, Estado governado por Campos.
"Se eu tiver um fato determinado que envolva recursos federais, eu posso tentar ampliar o objeto da investigação", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil. O requerimento da CPI protocolado ontem, com apoio de três senadores da base aliada do governo e cinco considerados "independentes", diz que a comissão investigará denúncias de irregularidades cometidas na Petrobras entre 2005 e 2014. Quatro pontos são citados: compra da refinaria de Pasadena; pagamento de propina a funcionários da estatal pela holandesa SMB Offshore para obtenção de contratos com a Petrobras; acusação de que plataformas estariam sendo lançadas ao mar sem equipamentos de segurança; e indícios de superfaturamento na construção de refinarias.
"Infelizmente o PT trata empresas estatais, como a Petrobras, como propriedade privada. Nós queremos reestatizar a Petrobras, e não submeter a empresa a grupos partidários ", protestou Aécio Neves (PSDB-MG).

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