Mantega diz que é equivocado chamar Brasil de frágil
Folhapress | 16h11 |
21.02.2014
Em teleconferência com jornalistas estrangeiros, Mantega disse que essas análises são "equivocadas", baseadas principalmente na desvalorização do real
O ministro Guido Mantega (Fazenda) classificou de "equivocadas" as
análises que incluem o Brasil entre os países emergentes mais
suscetíveis à turbulência dos mercados financeiros.
Com a recuperação dos EUA, capitais estão deixando
países emergentes para voltar ao mercado americano. Segundo análise de
algumas instituições, há emergentes mais mal preparados do que outros
nessa reversão de fluxo de recursos. O Morgan Stanley colocou
o Brasil entre os países suscetíveis em suas avaliações, criando a
expressão "cinco frágeis". A análise leva em conta a inflação elevada no
país e a dependência crescente de recursos estrangeiros.
Em teleconferência com jornalistas estrangeiros, Mantega disse que
essas análises são "equivocadas", baseadas principalmente na
desvalorização do real. "Essas mesmas análises equivocadas esquecem de
mostrar o nosso nível elevado de reservas", afirmou, referindo-se à
poupança do país em dólares para enfrentar escassez de moeda forte.
O Brasil tem US$ 377 bilhões em reservas. Mantega observou que não
houve redução desse colchão no período mais agudo de estresse, no mês
passado. "Não houve saída de reservas desde o início da turbulência.
Portanto, questiono os parâmetros e ouso dizer que o Brasil tem
condições sólidas e pode atravessar momentos difíceis sem grandes
problemas", afirmou.
Ele afirmou que, nos últimos seis meses, o real até se valorizou em
relação ao dólar e atribuiu a volatilidade da moeda à abertura
financeira do Brasil. "O câmbio brasileiro se move mais para cima e para
baixo. Nós temos um mercado futuro de câmbio e de juros. Temos mais
abertura e mais liquidez. É um mercado mais líquido e onde se tem
movimentos mais rápidos. É uma virtude e não um defeito", disse.
O ministro disse ainda que a dívida externa brasileira de curto prazo
representa 7% das obrigações do país no exterior e afirmou que a
"solvência [do país] é muito confortável". Mantega disse ainda que o
deficit com o exterior do Brasil (equivalente a 3,7% do PIB) é um nível
"intermediário" e aumentou, em 2013, devido às importações de petróleo e
redução das exportações. "Nesse ano, com a produção da Petrobras
aumentando, esse deficit será menor", afirmou.
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