sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Policiais civis ameaçam paralisar atividades após decisão para interditar presídios

Redação Web | 15h50 | 25.10.2013

Juiz suspendeu por 30 dias a entrada de presos


Os policiais civis do Estado do Ceará estão descontentes com a decisão do juiz corregedor de presídios de Fortaleza, Cézar Belmino Barbosa Evangelista Junior, que suspendeu por 30 dias a entrada de presos condenados ou provisórios oriundos de outros Estados, do Interior do Ceará ou de delegacias no Sistema Carcerário. Os policiais ameaçam paralisar as atividades no início do próximo mês.
Presídios não devem receber presos por, no mínimo, um mês, aponta a decisão FOTO: Tuno Vieira/Arquivo/08.12.2010
Eles reclamam que as delegacias não têm condições de abrigar os presos e afirmam que a decisão do juiz põe em risco a segurança dos cidadãos.

Até a próxima quarta-feira, 30, o Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpol/CE) convocará assembleia para decidir sobre a deflagração de uma greve, que deve acontecer até a primeira segunda-feira (4) do mês de novembro. 

De acordo com o presidente do Sinpol, Gustavo Simplício, a greve é o último recurso encontrado pelos policiais. "Esta é uma medida de desespero. Da maneira que está, já estamos com superlotação nas delegacias. Imagine passar 30 dias recebendo todos os presos. Vai ser um caos", definiu Simplício.
O sindicato alega, ainda, que com a decisão, a população que mora próximo de delegacias corre perigo. "A delegacia não tem segurança nenhuma. É localizada dentro de bairro, vizinho ao cidadão. Imagine a delegacia lotada de preso, havendo uma tentativa de fuga. Fechando os presídios, estouram a bomba na mão do povo", disse o presidente do Sinpol.
Gustavo alega também que as atuais condições são de "tortura" para com os presos. "Nas delegacias os presos dormem no chão, não têm colchão, banho de sol, iluminação. Há muitos doentes, não têm atendimento médico. Eles não têm visita familiar, de advogado, não têm acompanhamento do Ministério Público nem da Defensoria Pública. Isso, na minha concepção, é tortura", disparou.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil. Até o momento desta publicação, o órgão não se manifestou sobre o assunto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário