PROTAGONISMO COMUNITÁRIO
´Olhar de menino índio´ traz memórias dos Tapuia-Kariri
01.09.2013
Índio Tapuia-Kariri, em São Benedito, grava documentário com as lideranças
Fotografias produzidas pelos índios Tapeba, de Caucaia, e comunidade do assentamento Coqueirinho, em Beberibe, retratam as atividades culturais como valorização da autoestima e da própria história de luta. No topo, juventude Tapeba, seguida do artesanato e teatro Coqueirinho
Povos tradicionais tiveram a iniciativa de registrar as atividades e criar o seu próprio acervo documental FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR
Atividades econômicas tradicionais, como a produção e venda de caju e as casas de farinha, são registradas pelos mais jovens do assentamento Coqueirinho. As imagens são expostas em eventos
São Benedito. "Silêncio, que já tá ligada". Era o aviso para mais uma gravação. "Quando comecei a entrar na mata, eu senti um arrepio muito grande. Subiu nas minhas pernas e foi até o meu cabelo. Quando eu sentia esse tipo de energia, era de felicidade. Hoje, o que eu senti aqui foi de tristeza. Porque eu tô vendo a nossa mata, em que eu nasci e me criei, sendo acabada. Está muito minúscula. Não era esse ´tamanhozinho´ que estamos vendo aqui hoje", afirma Otávio Cândido, índio Tapuia-Kariri, morador da Aldeia Gameleira, em São Benedito. Quem grava é Luís, uma das lideranças jovens da etnia.
Otávio continua: "quando você bebe água de uma cacimba, que ela seca, a gente sente tristeza, pois não tem como sobreviver daquela cacimba mais. Eu sinto tristeza quando eu entro na mata e não vejo uma caça passando perto de mim, não vejo cobras, uma ave passando lá por cima. Obrigado a vocês e a todos os parentes que estão acompanhando essa entrevista. Que o Pai Tupã proteja e ilumine cada um Tapuia-Kariri e todas as aldeias em que ainda tem índio lutando pela natureza, pela Mãe Terra".
Era o fim de mais um depoimento colhido pelos jovens índios com as lideranças atuais e históricas da etnia que, como todas as outras no Ceará, luta pelo reconhecimento
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Fotografias produzidas pelos índios Tapeba, de Caucaia, e comunidade do assentamento Coqueirinho, em Beberibe, retratam as atividades culturais como valorização da autoestima e da própria história de luta. No topo, juventude Tapeba, seguida do artesanato e teatro Coqueirinho
Povos tradicionais tiveram a iniciativa de registrar as atividades e criar o seu próprio acervo documental FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR
Atividades econômicas tradicionais, como a produção e venda de caju e as casas de farinha, são registradas pelos mais jovens do assentamento Coqueirinho. As imagens são expostas em eventos
São Benedito. "Silêncio, que já tá ligada". Era o aviso para mais uma gravação. "Quando comecei a entrar na mata, eu senti um arrepio muito grande. Subiu nas minhas pernas e foi até o meu cabelo. Quando eu sentia esse tipo de energia, era de felicidade. Hoje, o que eu senti aqui foi de tristeza. Porque eu tô vendo a nossa mata, em que eu nasci e me criei, sendo acabada. Está muito minúscula. Não era esse ´tamanhozinho´ que estamos vendo aqui hoje", afirma Otávio Cândido, índio Tapuia-Kariri, morador da Aldeia Gameleira, em São Benedito. Quem grava é Luís, uma das lideranças jovens da etnia.
Otávio continua: "quando você bebe água de uma cacimba, que ela seca, a gente sente tristeza, pois não tem como sobreviver daquela cacimba mais. Eu sinto tristeza quando eu entro na mata e não vejo uma caça passando perto de mim, não vejo cobras, uma ave passando lá por cima. Obrigado a vocês e a todos os parentes que estão acompanhando essa entrevista. Que o Pai Tupã proteja e ilumine cada um Tapuia-Kariri e todas as aldeias em que ainda tem índio lutando pela natureza, pela Mãe Terra".
Era o fim de mais um depoimento colhido pelos jovens índios com as lideranças atuais e históricas da etnia que, como todas as outras no Ceará, luta pelo reconhecimento
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