ZONA NORTE
Precária infraestrutura ainda predomina nas localidades
21.06.2013
Em Tauá e Santa Quitéria, moradores de distritos acreditam em melhorias após as emancipações
Santa Quitéria/ Tauá. Mesmo que o sonho de muitos moradores seja para tornar o distrito um município, em muitas comunidades ainda predomina uma infraestrutura precária. Santa Quitéria é a maior área no Estado constituído pelos distritos de Lisieux, Logradouro, Macaraú, Malhada Grande, Muribeca, Raimundo, Martins e Trapiá. Desses, três, Macaraú, Trapiá e Lisieux buscam emancipação.
Distritos de Sta. Tereza, em Tauá, e Lisieux, em Santa Quitéria, têm infraestrutura, mas com desafios econômicos a vencer Fotos: Silvania Claudino/ Jéssyca Rodrigues
Caso haja o desmembramento, o novo município deverá levar quase dez mil dos 42.763 habitantes de Santa Quitéria. Dos que procuram emancipação, Lisieux é o que possui a maior população urbana, além de acesso asfaltado até a sede Santa Quitéria. De acordo com o vice-prefeito José Braga Barrozo, mais conhecido como Braguinha, que está à frente do movimento em Lisieux, o distrito se encontra em melhores condições em relação aos demais devido a diversos fatores.
Criado na década de 70, é mais novo dentre os distritos. Ainda é pequeno para atender ao perfil de uma cidade. Ainda assim, apresenta mais de mil edificações no centro urbano e unidades educacionais. "Temos uma creche, um escola de ensino fundamental e a Escola Estadual de Ensino Médio Maria Neusa de Araújo Moura. Também temos o maior número de universitários em relação a qualquer outro distrito", enumera.
Já na parte comercial, Lisieux possui, há mais de dez anos, um posto de gasolina. São também três lojas de móveis, pousadas, rádio própria e uma TV cultural feita pelos jovens. A economia local é principalmente agrícola. Na saúde, há um posto de saúde um hospital particular.
Impostos
Quanto a arrecadação de tributos como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) ou Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), o vice-prefeito explica que serão mínimos.
"A maior parte do dinheiro de um município, e com isso incluo Santa Quitéria, é do repasse de verbas. Esse tipo de tributo e arrecadação figura mais como um complemento".
O vereador Francisco de Sousa Lopes, mais conhecido como Cerinha, representa o distrito na Câmara Municipal e também se encontra à frente da manifestação. Segundo ele, a transformação de Lisieux em município representaria um grande avanço no papel da administração. "Um local menor é mais fácil de organizar, administrar. É também uma esperança de melhoria ainda mais rápida", destaca.
O agricultor aposentado Deus Custódio, de 70 anos, nasceu e cresceu na região. Ele conta que viu o distrito ser construído. Sua casa foi uma das primeiras. "Já havia várias famílias morando em suas fazendas, mas com a construção da igreja, mais ou menos nos anos 70, foi que deu início a essas construções mais próximas. Foi ao redor da igreja que surgiu Lisieux como distrito", conta.
Assim como a maioria da população, ele torce para que Lisieux se torne município. "Teremos acesso a mais investimentos e melhorias. Ver minha terrinha ganhar essa independência é um sonho", se emociona.
O prefeito de Santa Quitéria, Fabiano Magalhães, foi procurado na Prefeitura Municipal, Assessoria de Comunicação e telefone pessoal, porém não houve retorno do contato.
Já na região dos Inhamuns, em Tauá, o distrito de Santa Tereza está entre os 30 que buscam se emancipar no Estado. O comerciante Eliézer Vieira estabeleceu-se no distrito há um ano. Decidiu investir e abrir um comércio de implementos agrícolas e produtos veterinários no lugar vislumbrando a emancipação. A movimentação do comércio local superou as suas expectativas, bem como as vendas. Acredita na emancipação e prevê crescimento ainda maior no seu comércio, com o distrito se tornando município.
Potencial
"Investi aqui porque vi o potencial de Santa Tereza. É um local desenvolvido e que tem toda condição de se tornar município e crescer mais ainda. Estou satisfeito e surpreendido com as minhas vendas, mesmo aqui ainda sendo distrito. Com a emancipação, a tendência é melhorar ainda mais", analisa o empresário, natural de Tauá, tomando como base as possíveis instalações de agências bancárias no "futuro município", fato que desencadearia ganhos maiores para o comércio da localidade.
"Assim as pessoas tirariam aqui mesmo o seu dinheiro todos os meses, sem precisar se destacar para Tauá e aqui mesmo investiriam", acrescenta.
A opinião do empresário é a de muitos moradores no distrito, que o veem como desenvolvido e apto a se tornar município. Com pouco mais de 8 mil habitantes, escolas, mini hospital, posto policial, centenas de prédios residenciais, ginásio esportivo, ruas asfaltadas e um movimentado comércio, Santa Tereza chama a atenção do visitante. De fato não parece um simples distrito. Tem estrutura - e até imponência - de cidade.
Para o agropecuarista Sebastião Rodrigues, de 82 anos, um dos moradores mais antigos do distrito, a emancipação trará benefícios para a população. "Aqui só falta mesmo virar município porque tem tudo e, se ocorrer de fato, a emancipação facilitará a vida de todos", considera.
A estudante Eliane Lacerda é natural do distrito. Ela acredita na melhoria e desenvolvimento do lugar, caso vire município. "Sou a favor sim, acho que trará benefícios para todos, principalmente para os jovens".
Na sexta legislatura, o vereador Antônio Coutinho, natural de Santa Tereza, também é favorável à independência de sua terra natal. Considera o distrito desenvolvido e até maior do que muitos municípios do Estado. Defende que beneficiará a população do lugar e de todo o município de Tauá.
"Nosso município é muito extenso, um dos maiores do Ceará. Com a emancipação de Santa Tereza a gestão municipal de Tauá poderá atender ainda melhor os demais distritos e Santa Tereza, que já está desenvolvida, avançará mais", pondera um dos representantes do distrito na Câmara Municipal de Tauá.
Expectativa
"Investi aqui porque vi o potencial de Santa Tereza. É um local desenvolvido e que tem toda condição de se tornar município"Eliezer VieiraComerciante de Tauá
"Vi o distrito de Lisieux ser construído. Minha casa foi uma das primeiras. Tudo começou ao redor da Igreja"João de Deus CustódioAgricultor de Santa Quitéria
JÉSSYCA RODRIGUES/SILVANIA CLAUDINOCOLABORADORA/REPÓRTER
Santa Quitéria/ Tauá. Mesmo que o sonho de muitos moradores seja para tornar o distrito um município, em muitas comunidades ainda predomina uma infraestrutura precária. Santa Quitéria é a maior área no Estado constituído pelos distritos de Lisieux, Logradouro, Macaraú, Malhada Grande, Muribeca, Raimundo, Martins e Trapiá. Desses, três, Macaraú, Trapiá e Lisieux buscam emancipação.

Caso haja o desmembramento, o novo município deverá levar quase dez mil dos 42.763 habitantes de Santa Quitéria. Dos que procuram emancipação, Lisieux é o que possui a maior população urbana, além de acesso asfaltado até a sede Santa Quitéria. De acordo com o vice-prefeito José Braga Barrozo, mais conhecido como Braguinha, que está à frente do movimento em Lisieux, o distrito se encontra em melhores condições em relação aos demais devido a diversos fatores.
Criado na década de 70, é mais novo dentre os distritos. Ainda é pequeno para atender ao perfil de uma cidade. Ainda assim, apresenta mais de mil edificações no centro urbano e unidades educacionais. "Temos uma creche, um escola de ensino fundamental e a Escola Estadual de Ensino Médio Maria Neusa de Araújo Moura. Também temos o maior número de universitários em relação a qualquer outro distrito", enumera.
Já na parte comercial, Lisieux possui, há mais de dez anos, um posto de gasolina. São também três lojas de móveis, pousadas, rádio própria e uma TV cultural feita pelos jovens. A economia local é principalmente agrícola. Na saúde, há um posto de saúde um hospital particular.
Impostos
Quanto a arrecadação de tributos como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) ou Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), o vice-prefeito explica que serão mínimos.
"A maior parte do dinheiro de um município, e com isso incluo Santa Quitéria, é do repasse de verbas. Esse tipo de tributo e arrecadação figura mais como um complemento".
O vereador Francisco de Sousa Lopes, mais conhecido como Cerinha, representa o distrito na Câmara Municipal e também se encontra à frente da manifestação. Segundo ele, a transformação de Lisieux em município representaria um grande avanço no papel da administração. "Um local menor é mais fácil de organizar, administrar. É também uma esperança de melhoria ainda mais rápida", destaca.
O agricultor aposentado Deus Custódio, de 70 anos, nasceu e cresceu na região. Ele conta que viu o distrito ser construído. Sua casa foi uma das primeiras. "Já havia várias famílias morando em suas fazendas, mas com a construção da igreja, mais ou menos nos anos 70, foi que deu início a essas construções mais próximas. Foi ao redor da igreja que surgiu Lisieux como distrito", conta.
Assim como a maioria da população, ele torce para que Lisieux se torne município. "Teremos acesso a mais investimentos e melhorias. Ver minha terrinha ganhar essa independência é um sonho", se emociona.
O prefeito de Santa Quitéria, Fabiano Magalhães, foi procurado na Prefeitura Municipal, Assessoria de Comunicação e telefone pessoal, porém não houve retorno do contato.
Já na região dos Inhamuns, em Tauá, o distrito de Santa Tereza está entre os 30 que buscam se emancipar no Estado. O comerciante Eliézer Vieira estabeleceu-se no distrito há um ano. Decidiu investir e abrir um comércio de implementos agrícolas e produtos veterinários no lugar vislumbrando a emancipação. A movimentação do comércio local superou as suas expectativas, bem como as vendas. Acredita na emancipação e prevê crescimento ainda maior no seu comércio, com o distrito se tornando município.
Potencial
"Investi aqui porque vi o potencial de Santa Tereza. É um local desenvolvido e que tem toda condição de se tornar município e crescer mais ainda. Estou satisfeito e surpreendido com as minhas vendas, mesmo aqui ainda sendo distrito. Com a emancipação, a tendência é melhorar ainda mais", analisa o empresário, natural de Tauá, tomando como base as possíveis instalações de agências bancárias no "futuro município", fato que desencadearia ganhos maiores para o comércio da localidade.
"Assim as pessoas tirariam aqui mesmo o seu dinheiro todos os meses, sem precisar se destacar para Tauá e aqui mesmo investiriam", acrescenta.
A opinião do empresário é a de muitos moradores no distrito, que o veem como desenvolvido e apto a se tornar município. Com pouco mais de 8 mil habitantes, escolas, mini hospital, posto policial, centenas de prédios residenciais, ginásio esportivo, ruas asfaltadas e um movimentado comércio, Santa Tereza chama a atenção do visitante. De fato não parece um simples distrito. Tem estrutura - e até imponência - de cidade.
Para o agropecuarista Sebastião Rodrigues, de 82 anos, um dos moradores mais antigos do distrito, a emancipação trará benefícios para a população. "Aqui só falta mesmo virar município porque tem tudo e, se ocorrer de fato, a emancipação facilitará a vida de todos", considera.
A estudante Eliane Lacerda é natural do distrito. Ela acredita na melhoria e desenvolvimento do lugar, caso vire município. "Sou a favor sim, acho que trará benefícios para todos, principalmente para os jovens".
Na sexta legislatura, o vereador Antônio Coutinho, natural de Santa Tereza, também é favorável à independência de sua terra natal. Considera o distrito desenvolvido e até maior do que muitos municípios do Estado. Defende que beneficiará a população do lugar e de todo o município de Tauá.
"Nosso município é muito extenso, um dos maiores do Ceará. Com a emancipação de Santa Tereza a gestão municipal de Tauá poderá atender ainda melhor os demais distritos e Santa Tereza, que já está desenvolvida, avançará mais", pondera um dos representantes do distrito na Câmara Municipal de Tauá.
Expectativa
"Investi aqui porque vi o potencial de Santa Tereza. É um local desenvolvido e que tem toda condição de se tornar município"Eliezer VieiraComerciante de Tauá
"Vi o distrito de Lisieux ser construído. Minha casa foi uma das primeiras. Tudo começou ao redor da Igreja"João de Deus CustódioAgricultor de Santa Quitéria
JÉSSYCA RODRIGUES/SILVANIA CLAUDINOCOLABORADORA/REPÓRTER
Nenhum comentário:
Postar um comentário