EMPRÉSTIMOS E COMPRAS A PRAZO
Juro atinge até 192% ao ano e volta a subir para consumidor
28.05.2013
Com a pressão inflacionária e a inadimplência, que não dá trégua, dinheiro tende a ficar mais caro
Depois de quatro meses em queda, as taxas de juros ao consumidor voltaram a subir. Segundo pesquisa mensal da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), na média entre todas as modalidades, a elevação foi pequena - apenas 0,3 ponto percentual ou 0,56% entre março e abril -, mas já revela uma tendência para os próximos meses. Portanto, quem está pensando em contrair algum tipo de financiamento ou comprar a prazo, é bom ficar atento.
Com a inflação que continua a pressionar, a expectativa é de novas elevações na taxa básica de juros da economia, a Selic, encarecendo o crédito, que também deve custar mais, tendo em vista a inadimplência que não vem dando trégua.
"Os juros têm dois componentes: o custo do dinheiro e a inadimplência. Como há perspectiva de mais elevações da Selic pelo Comitê de Política Monetária, o Copom, e como a inadimplência do consumidor cresceu muito nos últimos 12 meses, é natural que os bancos, para se proteger, elevem suas taxas. Uma coisa puxa a outra. Então, essa pressão para cima nos juros é natural", explica o presidente do Instituto Brasileiro dos executivos de Finanças no Ceará (Ibef-CE), Delano Macedo de Vasconcelos.
E completa: "um dos itens que mais puxou o resultado para baixo das instituições financeiras foi a inadimplência. Além do que, por conta disso, o Banco Central aumentou o rigor sobre o provisionamento das instituições. Ou seja, tudo conspira contra a redução dos juros".
Maior taxa desde dezembro
Com a elevação anotada em abril, na comparação com março, a taxa de juros média geral para pessoa física passou de 5,4% ao mês (87,97% ao ano) para 5,43% ao mês (88,61% ao ano). Esta é a maior taxa de juros desde dezembro/2012, segundo a última pesquisa da Anefac.
Linhas de crédito
Das seis linhas de crédito pesquisadas pela Associação, em abril deste ano, quatro foram elevadas (juros do comércio, CDC-bancos - financiamento de automóveis, empréstimo pessoal - bancos e empréstimo pessoal-financeiras); uma manteve-se inalterada, no caso, aquela cobrada pelas administradoras de cartão de crédito para o crédito rotativo; e apenas uma sofreu redução, aquela cobrada para quem usa o cheque especial.
A maior elevação verificada pela entidade foi nos juros cobrados pelo comércio (2,5%), passando de 4% ao mês (60,1% ao ano), em março, para 4,1% ao mês (61,96% ao ano), em abril último. Esta é a maior desde novembro do ano passado, quando era de 4,3% ao mês, ou de 65,73% ao ano.
Na segunda posição, aparecem os juros para o financiamento de veículos (CDC - Bancos - financiamento de automóveis). Nesta modalidade, houve uma elevação de 1,32%, passando a taxa de 1,52% ao mês (19,84% ao ano) em março, para 1,54% ao mês (20,13% ao ano), em abril. Esta é também a maior desde novembro de 2012 (1,64% ao mês, ou 21,56% ao ano).
Já a terceira maior alta veio do empréstimo pessoal oferecido pelos bancos à pessoa física, que teve aumento de 1,03%, passando de 2,91% ao mês (41,09% ao ano) para 2,94% ao mês (41,58% ao ano) entre os dois meses pesquisados. Seguindo o mesmo comportamento das outras modalidades, a taxa de abril é a maior desde novembro de 2012 (3,14% ao mês, ou 44,92% ao ano).
Outro tipo de crédito que também teve os juros aumentados em abril deste ano, ante março, foi o empréstimo pessoal por meio de financeiras - 0,44%, o que resultou em uma taxa de juros saindo de 6,88% ao mês (122,21% ao ano), em março último, para 6,91% ao mês (122,96% ao ano), em abril. A taxa do quarto mês de 2013 é a maior desde fevereiro último (6,94% ao mês, ou 123,71% ao ano), aponta a Anefac.
Em queda
Embora ainda alta, a única modalidade de crédito que apresentou redução nos juros cobrados em abril, no confronto com março, foi a do cheque especial. Houve uma redução de 0,26%, passando de 7,72% ao mês (144,09% ao ano) para 7,7% ao mês (143,55% ao ano). Já no cartão de crédito, a taxa se manteve estável em 9,37% ao mês (192,94% ao ano).
Custo País
Ainda na avaliação de Macedo, do Ibef-CE, "o maior problema dos juros no País não é o custo do dinheiro, mas o custo Brasil", o que envolve pesados impostos, entre outros fatores.
Projeção"Há perspectiva de mais elevações da Selic e como a inadimplência cresceu muito é natural que os bancos elevem os juros"Delano Macedo de VasconcelosPresidente do Ibef-C
E
Depois de quatro meses em queda, as taxas de juros ao consumidor voltaram a subir. Segundo pesquisa mensal da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), na média entre todas as modalidades, a elevação foi pequena - apenas 0,3 ponto percentual ou 0,56% entre março e abril -, mas já revela uma tendência para os próximos meses. Portanto, quem está pensando em contrair algum tipo de financiamento ou comprar a prazo, é bom ficar atento.
Com a inflação que continua a pressionar, a expectativa é de novas elevações na taxa básica de juros da economia, a Selic, encarecendo o crédito, que também deve custar mais, tendo em vista a inadimplência que não vem dando trégua.
"Os juros têm dois componentes: o custo do dinheiro e a inadimplência. Como há perspectiva de mais elevações da Selic pelo Comitê de Política Monetária, o Copom, e como a inadimplência do consumidor cresceu muito nos últimos 12 meses, é natural que os bancos, para se proteger, elevem suas taxas. Uma coisa puxa a outra. Então, essa pressão para cima nos juros é natural", explica o presidente do Instituto Brasileiro dos executivos de Finanças no Ceará (Ibef-CE), Delano Macedo de Vasconcelos.
E completa: "um dos itens que mais puxou o resultado para baixo das instituições financeiras foi a inadimplência. Além do que, por conta disso, o Banco Central aumentou o rigor sobre o provisionamento das instituições. Ou seja, tudo conspira contra a redução dos juros".
Maior taxa desde dezembro
Com a elevação anotada em abril, na comparação com março, a taxa de juros média geral para pessoa física passou de 5,4% ao mês (87,97% ao ano) para 5,43% ao mês (88,61% ao ano). Esta é a maior taxa de juros desde dezembro/2012, segundo a última pesquisa da Anefac.
Linhas de crédito
Das seis linhas de crédito pesquisadas pela Associação, em abril deste ano, quatro foram elevadas (juros do comércio, CDC-bancos - financiamento de automóveis, empréstimo pessoal - bancos e empréstimo pessoal-financeiras); uma manteve-se inalterada, no caso, aquela cobrada pelas administradoras de cartão de crédito para o crédito rotativo; e apenas uma sofreu redução, aquela cobrada para quem usa o cheque especial.
A maior elevação verificada pela entidade foi nos juros cobrados pelo comércio (2,5%), passando de 4% ao mês (60,1% ao ano), em março, para 4,1% ao mês (61,96% ao ano), em abril último. Esta é a maior desde novembro do ano passado, quando era de 4,3% ao mês, ou de 65,73% ao ano.
Na segunda posição, aparecem os juros para o financiamento de veículos (CDC - Bancos - financiamento de automóveis). Nesta modalidade, houve uma elevação de 1,32%, passando a taxa de 1,52% ao mês (19,84% ao ano) em março, para 1,54% ao mês (20,13% ao ano), em abril. Esta é também a maior desde novembro de 2012 (1,64% ao mês, ou 21,56% ao ano).
Já a terceira maior alta veio do empréstimo pessoal oferecido pelos bancos à pessoa física, que teve aumento de 1,03%, passando de 2,91% ao mês (41,09% ao ano) para 2,94% ao mês (41,58% ao ano) entre os dois meses pesquisados. Seguindo o mesmo comportamento das outras modalidades, a taxa de abril é a maior desde novembro de 2012 (3,14% ao mês, ou 44,92% ao ano).
Outro tipo de crédito que também teve os juros aumentados em abril deste ano, ante março, foi o empréstimo pessoal por meio de financeiras - 0,44%, o que resultou em uma taxa de juros saindo de 6,88% ao mês (122,21% ao ano), em março último, para 6,91% ao mês (122,96% ao ano), em abril. A taxa do quarto mês de 2013 é a maior desde fevereiro último (6,94% ao mês, ou 123,71% ao ano), aponta a Anefac.
Em queda
Embora ainda alta, a única modalidade de crédito que apresentou redução nos juros cobrados em abril, no confronto com março, foi a do cheque especial. Houve uma redução de 0,26%, passando de 7,72% ao mês (144,09% ao ano) para 7,7% ao mês (143,55% ao ano). Já no cartão de crédito, a taxa se manteve estável em 9,37% ao mês (192,94% ao ano).
Custo País
Ainda na avaliação de Macedo, do Ibef-CE, "o maior problema dos juros no País não é o custo do dinheiro, mas o custo Brasil", o que envolve pesados impostos, entre outros fatores.
Projeção"Há perspectiva de mais elevações da Selic e como a inadimplência cresceu muito é natural que os bancos elevem os juros"Delano Macedo de VasconcelosPresidente do Ibef-C
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