terça-feira, 12 de março de 2019

Temporal mata 12, deixa pessoas ilhadas e paralisa Grande São Paulo

As chuvas que atingiram a cidade de São Paulo e o Grande ABC, na noite de domingo e madrugada de ontem, deixaram pelo menos 12 mortos e cinco feridos. É o maior número de óbitos envolvendo enchentes e soterramentos desde 14 de março de 2016, quando forte temporal atingiu a região e resultou na morte de 14 pessoas, além de 19 feridos e seis desaparecidos.
Só na capital paulista, entre meia-noite e 16h20min, os bombeiros relataram 123 chamados por quedas de árvore, 94 para desmoronamentos e desabamentos e 740 para enchentes e alagamentos. Além disso, agentes foram acionados para salvar pessoas ilhadas.
A chuva ficou bem acima do previsto para esta época. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a interação entre uma frente fria entrando pelo Vale do Ribeira e um sistema de baixa pressão muito perto do litoral colaboraram com os elevados volumes de precipitação. Em Santo André, por exemplo, choveu 182 milímetros (mm) em 24 horas - o equivalente a 80% da média para todo o mês de março.
"Não havia ação preventiva que pudesse corrigir o que aconteceu", afirmou o prefeito em exercício da capital, Eduardo Tuma (PSDB). O titular da Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas, suspendeu a licença por causa dos transtornos à cidade e retorna hoje ao cargo.
A Prefeitura de São Bernardo anunciou na noite de ontem estado de calamidade pública. Foram apresentadas 14 medidas de emergência, como vale-refeição e vale-transporte gratuito (por 15 dias).
Deslizamentos de terra causaram cinco das 12 mortes, incluindo a de um bebê. O caso mais grave foi registrado no bairro Estância das Rosas, em Ribeirão Pires. Seis pessoas estavam em uma casa quando houve o soterramento, por volta da meia-noite. Duas sobreviveram (uma mulher de 52 anos e uma menina de 9) e foram encaminhadas ao Hospital Nardini, em Mauá. Três homens, de 22, 32 e 33 anos, e uma mulher de 35 morreram no local. Não havia identificação oficial das vítimas, que comemoravam um aniversário. Segundo a prefeitura, o imóvel era irregular.
Em São Paulo, no Parque São Rafael, limite com o ABC Paulista, um deslizamento de terra deixou uma mãe e duas crianças feridas. No limite entre São Paulo e São Caetano, quatro pessoas foram arrastadas pela enxurrada. Outras 12 acabaram resgatadas pelos bombeiros - quatro mulheres e oito crianças. Houve ainda dois afogamentos em Santo André e um em São Bernardo - de um motociclista colhido pela enchente.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) estimou em R$ 45 milhões os prejuízos ao comércio.
Já moradores como os da Rua Manifesto, no Ipiranga, que é paralela à Avenida do Estado, não conseguiam nem contabilizar os prejuízos pela manhã. A rua ficou inundada e moradores precisaram ser resgatados com uso de botes. Em um condomínio na mesma rua, 150 carros que estavam em dois andares de garagem foram cobertos pela água.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o rodízio e a Zona Azul. Ainda assim, muitos trabalhadores não conseguiram chegar ao destino. Durante a manhã de ontem, houve registro de 180 km de congestionamento na cidade de São Paulo, segundo pior índice do ano. (Agência Estado)


Governo do Estado de São Paulo

Governo de SP e Prefeitura vão fazer uma ação conjunta para implementar novos piscinões e minipiscinões, disse ontem o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que lamentou as mortes.

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