quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Em meio à pressão sobre o PSL, Bolsonaro deve ter alta hoje

Após 17 dias internado, Jair Bolsonaro (PSL) deve ter alta hospitalar hoje e voltar para Brasília. O pesselista deu entrada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, dia 27 de janeiro, para retirada da bolsa de colostomia.
Tão logo retorne ao Planalto, o presidente tem uma série de desafios pela frente. O principal deles é reduzir a temperatura da crise aberta com as denúncias de contratação de "candidaturas-laranja" pelo PSL em Minas Gerais e Pernambuco nas eleições de 2018.
Ontem, a Polícia Federal convocou uma candidata do partido de Bolsonaro que recebeu R$ 400 mil do Fundo Partidário e obteve apenas 274 votos. A suspeita é de que Maria de Lourdes Paixão, de 68 anos, tenha sido usada pelo PSL na disputa para carrear recursos, sem haver de fato concorrido. O caso foi apresentado em reportagem da Folha de S. Paulo no último domingo.
Deputado federal pelo Ceará e presidente do PSL no Estado, Heitor Freire afirma que todas as contas dos candidatos da sigla foram aprovadas. "Eu confio nos presidentes (o atual, Luciano Bivar, eleito deputado federal, e o anterior, Gustavo Bebianno, hoje secretário-geral do Governo). Eles têm reputação ilibada", disse. "O nosso presidente (Bivar) tem minha total confiança."
Questionado se o retorno de Bolsonaro ao Planalto deve encontrar obstáculos, Freire respondeu que, na prática, o presidente não se afastou do comando do País, mesmo quando estava sem receber visitas.
"O Bolsonaro sempre conversou com alguns ministros durante esse período de internação", falou o deputado. "Ele não perdeu essa ligação direta com o governo. Mas a expectativa é que ele volte aos poucos."
Além do desgaste causado pelo episódio das "laranjas", Bolsonaro terá de encarar outra batalha, agora para chegar ao texto final da reforma da Previdência.
Hoje, o grupo do presidente diverge do modelo apresentado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que prevê a mesma idade para aposentadoria de homens e mulheres. A previsão é de que o projeto de lei seja finalizado nesta semana e levado à Câmara até a semana que vem para o início das discussões.
Também deputado federal, José Guimarães (PT) avalia que o Planalto terá muita dificuldade para fazer avançar a reforma. "O governo está longe dos 308 votos. E essas denúncias dificultam mais ainda de conseguir alcançar esse número", opina. Para Guimarães, os auxiliares de Bolsonaro "estão batendo cabeça no Congresso".


Freire discorda. Segundo o parlamentar, as denúncias não devem afetar a tramitação do texto da reforma. O deputado ironizou as acusações: "Isso não vai mudar nada. Não pegue a Folha de S. Paulo como base. Isso é sensacionalismo. 
Não pode dar ouvido a isso".

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