Os Estados Unidos determinaram ontem que sua equipe diplomática considerada não essencial deixe a Venezuela, mas não cumpriu a retirada completa ordenada por Nicolás Maduro, quem Washington não reconhece mais como presidente. O departamento americano de Estado emitiu um "alerta de segurança" no qual determina a saída do pessoal diplomático não essencial e pede aos cidadãos americanos na Venezuela que "considerem seriamente" abandonar o país.
Na quarta-feira, Maduro rompeu relações com Washington e deu 72 horas de prazo para a saída dos diplomatas americanos do país, após o presidente americano, Donald Trump, apoiar a proclamação do líder opositor Juan Guaidó como chefe interino do Executivo, e qualificar de "ilegítimo" o líder chavista. O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, declarou que Maduro não tem mais a "autoridade legal" para expulsar diplomatas.
Ontem, Pompeo advertiu que Maduro é responsável pela segurança dos diplomatas, destacando que "não há prioridade maior para o departamento de Estado que manter todas as pessoas" das missões diplomáticas "seguras".
Em reunião extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para analisar a crise na Venezuela, 16 países, entre os quais Brasil, Argentina, Canadá e Estados Unidos, se pronunciaram a favor de Juan Guaidó. O reconhecimento dele como presidente interino, porém, não teve consenso. Mais da metade dos membros, entre eles o México, pediu revisão do status jurídico da nomeação.
A sessão contou com a participação de Mike Pompeo. O secretário de Estado americano reiterou que "o tempo de discutir acabou" e que "o regime do ex-presidente Nicolás Maduro é ilegítimo". O Departamento de Estado anunciou que está preparando um pacote de ajuda de 20 milhões de dólares para a Venezuela para ser entregue "quando for possível logisticamente", em resposta a um pedido feito pela Assembleia Nacional, presidida por Guaidó.
"Reitero nossas ameaças a qualquer decisão dos elementos remanescentes do regime de Maduro sobre o uso da violência para reprimir uma transição política", alertou Pompeo.
O discurso de Pompeo foi interrompido pela ativista Medea Benjamin, da organização Code Pink, que ergueu um cartaz que dizia "OEA, não apoie um golpe de Estado na Venezuela", antes de ser retirada da sala.
O segundo mandato de Maduro, iniciado em 10 de janeiro, após eleições consideradas fraudulentas pela oposição, não foi reconhecido por grande parte da comunidade internacional. O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, cumprimentou na última quarta-feira Guaidó, quase imediatamente depois de ele se autoproclamar presidente interino da Venezuela.
A sessão na OEA foi convocada na terça-feira, antes da autoproclamação de Guaidó, a pedido das missões permanentes de Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos e Peru. A declaração dos países que apoiaram Guaidó pediu que se "garanta a segurança e a proteção do presidente encarregado, Juan Guaidó, e dos membros da Assembleia Nacional".
(AFP)
MILITARES
Nicolás Maduro teve reiterado o apoio das Forças Armadas, pilar de seu governo, tentando responder ao apoio internacional à proclamação de Juan Guaidó como presidente interino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário