segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Três candidatos defendem o fim da reeleição

Sem um candidato à reeleição neste ano, a proibição de um presidente renovar seu mandato tem pouco apoio entre os presidenciáveis. Levantamento feito pelo jornal O Estado mostra que, dos 13 candidatos à Presidência, apenas Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL) e Álvaro Dias (Podemos) defendem mudar essa regra.Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo), Guilherme Boulos (PSOL), João Goulart Filho (PPL) e Fernando Haddad (PT) querem continuar tendo a possibilidade de serem reeleitos. Henrique Meirelles (MDB) preferiu não se posicionar e Ciro Gomes (PDT), Cabo Daciolo (Patriota), Vera Lúcia (PSTU) e Eymael (DC) não responderam à reportagem.

A defesa de uma reforma política que acabaria com a reeleição e ampliaria o mandato presidencial para cinco anos era uma das principais bandeiras do candidato do PSDB em 2014, Aécio Neves. O nome de Alckmin já era considerado dentro do partido como um dos que poderiam disputar o Planalto neste ano. Agora, porém, o tucano afirma que um segundo mandato "é um direito (do candidato) e uma escolha do cidadão".

A possibilidade de reeleição foi aprovada em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Marina Silva já defendia o fim da reeleição. Para ela, que tenta chegar ao Palácio do Planalto pela terceira vez, o período de quatro anos "já é uma dose de doação relevante e suficiente". Se eleita, ela afirma não disputar outra vez.

Em entrevista à revista americana Time, Bolsonaro afirmou que considera, se eleito, apresentar uma reforma política para limitar a um mandato o período de um mesmo presidente no Palácio do Planalto, começando por ele mesmo. Procurada, sua campanha não deu mais detalhes sobre a proposta.

Para o cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, a reeleição em si não é ruim, mas ela deveria ser limitada a apenas uma. Ele afirma que, uma vez que o político já ocupou a Presidência por dois mandatos, ele não deveria poder tentar um terceiro. "A possibilidade de voltar tende à perpetuação do poder", disse. Melo também é cético em relação às promessas de quem quer acabar com o expediente antes mesmo de ter sido eleito. "É muito inconsistente no tempo esse tipo de promessa, é demagogia eleitoral", disse, lembrando que o Congresso é quem pode aprovar a mudança. 

(Da Agência Estado).

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