A defesa de uma reforma política que acabaria com a reeleição e ampliaria o mandato presidencial para cinco anos era uma das principais bandeiras do candidato do PSDB em 2014, Aécio Neves. O nome de Alckmin já era considerado dentro do partido como um dos que poderiam disputar o Planalto neste ano. Agora, porém, o tucano afirma que um segundo mandato "é um direito (do candidato) e uma escolha do cidadão".
A possibilidade de reeleição foi aprovada em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Marina Silva já defendia o fim da reeleição. Para ela, que tenta chegar ao Palácio do Planalto pela terceira vez, o período de quatro anos "já é uma dose de doação relevante e suficiente". Se eleita, ela afirma não disputar outra vez.
Em entrevista à revista americana Time, Bolsonaro afirmou que considera, se eleito, apresentar uma reforma política para limitar a um mandato o período de um mesmo presidente no Palácio do Planalto, começando por ele mesmo. Procurada, sua campanha não deu mais detalhes sobre a proposta.
Para o cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, a reeleição em si não é ruim, mas ela deveria ser limitada a apenas uma. Ele afirma que, uma vez que o político já ocupou a Presidência por dois mandatos, ele não deveria poder tentar um terceiro. "A possibilidade de voltar tende à perpetuação do poder", disse. Melo também é cético em relação às promessas de quem quer acabar com o expediente antes mesmo de ter sido eleito. "É muito inconsistente no tempo esse tipo de promessa, é demagogia eleitoral", disse, lembrando que o Congresso é quem pode aprovar a mudança.
(Da Agência Estado).
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