O Ceará necessita de R$ 28,9 bilhões em investimentos para desenvolver estradas, portos, aeroportos e ferrovias. A estimativa é do Plano Transporte e Logística 2018, da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Ao todo, o Estado aglutina 100 projetos necessários aos modais e para o desenvolvimento da infraestrutura. No Nordeste, o Ceará fica atrás da Bahia (R$ 95,3 bilhões) e de Pernambuco (R$ 35,9 bilhões). Os estados que menos demandam recursos são Paraíba (R$ 7 bilhões) e Sergipe (R$ 3,6 bilhões).
A infraestrutura aeroportuária no Ceará demandaria R$ 572 milhões; a ferroviária, com construção e recuperação de ferrovias, ultrapassa R$ 10 bilhões; na parte portuária, a soma é de R$ 3,7 bilhões. Por fim, recuperação de rodovias, duplicações e implantação de BRTs consumiriam outros quase R$ 15 bilhões em investimentos.
Os recursos, no entanto, requerem captação, sejam eles privados nacionais ou internacionais. É o que afirma Fernanda Rezende, coordenadora de Desenvolvimento do Transporte da CNT. "O investidor privado só vai até o lugar se tiver viabilidade. As PPPs (parcerias público-privadas) e as concessões de ativos são algumas alternativas", explica.
Outro ponto diz respeito à segurança jurídica dos governos estaduais, além do ente federal. "O governo não pode propor uma regra e no outro dia mudá-la. Se não existirem garantias e um ambiente seguro, não avançaremos", aponta a especialista. Questionada sobre quais modais (rodoviário, aeroportuário e portuário) estão mais avançados, Fernanda explica a necessidade de destacar a intermodalidade. "Uma ferrovia não funciona somente com a estação. É preciso conectá-la a um porto, que por sua vez despacha caminhões via rodovia para pegar carga", ressalta.
Enquanto o Ceará demanda R$ 28,9 bilhões, o País requer R$ 1,7 trilhão aplicados para melhorar a situação. "Se o Governo Federal aplicar R$ 11 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) nos segmentos de transporte e logística, gastaríamos 144 anos para a conclusão. Elevando o valor para R$ 55 bilhões anuais, essa regra cai para 28 anos", estima. De acordo com a CNT, o Brasil contabilizava 2.045 projetos necessários ao desenvolvimento em 2014. Hoje são 2.600. À época, o valor para executá-los girava em R$ 1 trilhão. Os dados do Ceará para 2014 não foram disponibilizados pela entidade.
Para Heitor Studart, presidente da Câmara Temática de Logística do Ceará e do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), alguns projetos auxiliariam o Ceará a entrar no eixo desenvolvimentista, com melhores modais para o transporte de cargas. "O Ceará precisa se integrar à logística nacional. Melhorias nas BRs-020, 222 e 304 melhorariam o tráfego e reduziriam as perdas. A conclusão da ferrovia Transnordestina é fundamental. Sem esses projetos, a competitividade fica prejudicada". Ele ainda cita as intervenções na região do Porto do Pecém. "Precisamos de obras estruturantes, entre elas a tancagem (armazenamento de combustíveis) e acessos estruturantes".
SERVIÇO
Acesse o Plano CNT de Logística e Transporte 2018 em: http://planotransporte.cnt.org.br/#download
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