terça-feira, 7 de agosto de 2018

Aliados de Camilo Santana não deverão estar no mesmo palanque

À frente de um condomínio partidário formado por 24 legendas, o governador Camilo Santana (PT) pode ter dificuldades para montar palanques no Interior e na Capital. Candidato à reeleição, o petista foi oficializado em convenção no último domingo.

No evento, não estiveram presentes os dois candidatos de Camilo ao Senado: o ex-governador Cid Gomes (PDT), nome da chapa governista, e o senador Eunício Oliveira (MDB), lançado em chapa avulsa.

Cid, como Camilo tratou de informar em discurso, não compareceu à oficialização da própria candidatura porque estava com enxaqueca. O pedetista, disse o governador, havia passado a noite em costuras para as coligações.

As dores de cabeça, porém, podem se estender por mais tempo e atingir outros aliados. De acordo com o presidente estadual do PT Moisés Braz, "após muitas reuniões, essa foi a coligação possível de construir, preservando os interesses de cada partido", mas com candidatos à Presidência e objetivos distintos que podem criar embaraços no futuro.

Braz reconhece que o gigantismo do bloco não deve permitir que todas as legendas da aliança "estejam juntas no mesmo palanque" no curso da campanha. "Em alguns municípios", garantiu o parlamentar, "vamos precisar fazer campanha separada" porque os partidos "têm outros interesses".

O dirigente petista cita, por exemplo, o candidato à reeleição Eunício Oliveira. "Nossa coligação contempla o governador Camilo e a eleição ao Senado do Cid. Não temos qualquer compromisso com a eleição dele (Eunício)", falou, referindo-se à ausência de Eunício na convenção do PT.

Presidente do PDT no Ceará, o deputado federal André Figueiredo afirmou ao O POVO que, "dentro de uma aliança com 24 partidos, é lógico que podem aparecer problemas pontuais. Nós, por exemplo, não estamos com o MDB. E isso em respeito ao Ciro".

Para o deputado, entretanto, trata-se de dificuldade facilmente contornável. "Temos dois meses de campanha, cada um dentro das respectivas estratégias. A candidatura do Camilo é que une esses partidos. Temos uma multiplicidade de força", assegurou.

Líder do Governo na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Evandro Leitão (PDT) minimizou qualquer impasse. "Não vejo que nós teremos maiores problemas sobre isso (alianças)", avaliou.

INTERIOR
Aliança para a reeleição do governador Camilo Santana (PT) também deve encontrar dificuldades em municípios do Interior nos quais adversários políticos integram a base do Palácio da Abolição

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