A passagem do pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) por Fortaleza não produziu apenas trocas de farpas com os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (Psol), que também visitava a capital cearense.
Na cidade, dois ex-aliados, Capitão Wagner, hoje dirigente do Pros, e Cabo Sabino, presidente do Avante, entraram em rota de colisão na tentativa de tirar uma casquinha do militar.
E, nessa corrida, Wagner parece ter levado a melhor. Logo na recepção a Bolsonaro, na última quinta-feira, 28, o deputado estadual marcou presença no trio elétrico de onde Bolsonaro falou a centenas de apoiadores que foram até o saguão do Aeroporto Internacional Pinto Martins para recebê-lo.
Lá, fotografou-se ao lado do líder das pesquisas de intenção de voto na pré-campanha ao Palácio do Planalto – nos cenários em que o nome de Lula não é testado, o presidenciável aparece numericamente à frente de Marina (Rede), Ciro e Geraldo Alckmin (PSDB) nas sondagens feitas até aqui.
Na tarde do dia seguinte, o candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados foi ao hotel onde Bolsonaro daria entrevista coletiva, mas não ficou até o final – o evento atrasou cerca de uma hora. “O voto do Bolsonaro é consolidado, são pessoas que dificilmente vão mudar de posição até o segundo turno. O objetivo dele é chegar ao segundo turno, sim”, disse Wagner.
Questionado se procurava associar-se à imagem do militar carioca, o cearense respondeu que “tudo que pudermos fazer para impulsionar a campanha do Bolsonaro, nós faremos” e que seu compromisso com o PSDB se limitava à candidatura de General Theophilo.
O deputado apoia o tucano ao Governo do Estado contra a reeleição de Camilo Santana (PT).
Cabo Sabino não teve a mesma sorte. Na recepção a Bolsonaro, por exemplo, tentou subir no trio, mas foi barrado pela segurança. Seguiu a pé com aliados e outros apoiadores do presidenciável. Também evitou aparecer ao lado de Bolsonaro no restante da agenda do candidato em Fortaleza.
No sábado, durante evento que marcou sua posse como presidente estadual do Avante, militantes do partido vestiam camisas com os nomes “Mito” e “Cabo” juntos, numa referência ao pré-candidato.
O parlamentar minimiza a saia-justa: “Fui o primeiro cearense a trazer Bolsonaro ao Estado em 2015 quando ninguém queria estar perto dele. Nenhum político queria se aproximar do Bolsonaro”, afirma. “Fico feliz que outros políticos estejam sinalizando às bandeiras do Bolsonaro no Ceará. Acredito que ele seja o melhor pré-candidato e será o próximo presidente”.
Deputado federal, Sabino vai disputar novo mandato na Câmara. Eleito na chapa de Wagner em 2014, afastou-se do deputado no fim do ano passado, quando passou a fazer elogios públicos a Camilo. A exemplo do ex-colega de oposição, a base do eleitorado de Sabino situa-se no segmento militar.
Perguntado se aderiu à base do governador, o presidente do Avante se declarou “independente” e disse que “é da base do povo”.
VISITA DO “MITO” À CAPITAL
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) esteve em Fortaleza nas últimas quinta e sexta-feira, durante as quais participou de encontro do partido e lançamento de candidato
PSL LANÇA NOME
O advogado e professor universitário Hélio Gois foi o nome apresentado pelo PSL na disputa ao Governo do Ceará. Gois participou de lançamento na última quinta-feira
Nenhum comentário:
Postar um comentário