A informação sobre apreensão de valores foi confirmada pelo advogado do senador, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Nogueira teve o gabinete no Senado Federal e a residência em Teresina (PI) alvos de busca e apreensão da PF ontem.
A Procuradoria-Geral da República suspeita que o senador e o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), o Dudu da Fonte, tentaram comprar o silêncio de um ex-assessor que tem colaborado com as investigações da Lava Jato que miram a suposta participação dos dois em uma organização criminosa. O deputado também foi alvo de busca.
De acordo com Kakay, o fato de a PF ter encontrado valores na residência do senador é “facilmente justificado, pois o senador tem em seu IR (imposto de renda) valores em moeda regularmente declarados.”
“Ademais, dentro dos cofres localizados na residência, cujas senhas foram voluntariamente fornecidas pelo casal, também tinham pertences e valores particulares de sua esposa, que é deputada federal”, disse Kakay, que avisou que irá solicitar a devolução dos valores.
Segundo a PGR, tentativa de obstrução da investigação inclui o pagamento de despesas pessoais, ameaças e até proposta para a mudança do teor de depoimento que incriminaria os alvos da operação de ontem. O objetivo das medidas cautelares cumpridas, diz o MPF, é reunir mais provas de que houve atuação para compra de silêncio.
Além das buscas, a PF cumpriu mandado de prisão contra o ex-deputado Márcio Junqueira, que seria ligado ao senador. Além dos gabinetes ocupados pelos parlamentares no Congresso e dos respectivos apartamentos funcionais, em Brasília, foram realizadas buscas em endereços residenciais na capital federal, em Teresina (PI), Recife (PE) e Boa Vista (RR).
A operação tem relação com um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal em setembro passado, no âmbito da Lava Jato, para apurar repasses a políticos do Partido Progressista - do qual Nogueira é presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário