Ontem, por volta de dez horas, em seu apartamento no bairro Dionísio Torres, Almeida havia disparado duas vezes contra si — no ouvido direito e no peito, lado esquerdo. Logo após a notícia se espalhar pelas redes sociais, uma grande concentração de policiais civis e militares se formou no pátio de entrada de ambulâncias e na sala de emergência do IJF. A mulher, a filha e o filho, também delegado, acompanharam o atendimento e não se manifestaram à imprensa.
Investigação aponta que o delegado teria favorecido um traficante na liberação de um veículo apreendido em 2016. Em troca, teria recebido R$ 1.500. Anderson Rodrigues da Costa hoje é detento em penitenciária de Caucaia (Carrapicho), condenado por roubo, acusado de tráfico e membro de facção. O advogado Hélio Nogueira Bernardino teria sido o intermediário da suposta propina. Entre as possíveis provas estariam interceptações telefônicas obtidas pelo MPCE.
Logo após a ocorrência, o delegado chegou a ser levado para o hospital Gastroclínica, por ser o mais próximo de sua residência. Estava acordado. Na remoção para o IJF, continuava consciente e falando. “Quando chegamos, ele estava entre 14 e 15 na escala de Glasgow (que mede a condição neurológica após o traumatismo craniano), que vai de um a 15. Estava bem”, contou a enfermeira Marta Vânia, do Samu, que o atendeu na transferência de ambulância.
Os disparos foram com pistola calibre 6.35, um dos menores existentes. Os projéteis não alcançaram partes vitais. O POVO apurou que houve pequena lesão na parte posterior do crânio e fraturas na face. Foi feita drenagem no tórax. Após a remoção no meio da tarde para o hospital particular, o quadro médico do delegado permanecia estável, sem risco de morte.
O delegado geral de Polícia Civil, Everardo Lima da Silva, acompanhou o atendimento de Romério Almeida no IJF. O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, não esteve no hospital. A assessoria de imprensa da SSPDS disse que ele não iria se manifestar. Em nota, a Polícia Civil informou que iria apurar “as circunstâncias da ocorrência”.
CONVERSA ANTES DE EXAMESPouco antes do exame de tomografia do crânio, Romério Almeida ainda conversava com colegas delegados. Um sobrinho dele, médico, acompanhou o atendimento nos hospitais.PORTARIA FICOU CHEIARomério Almeida foi transferido para o IJF pouco antes das 11 horas. Houve aglomeração de policiais civis e militares na portaria e perto do corredor de emergência do hospital.
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