sexta-feira, 16 de março de 2018

Expectativa de reajuste de dois dígitos na conta de luz do Estado

O reajuste tarifário da Enel para os consumidores do Ceará será divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no dia 17 de abril. Ainda sem definição, a expectativa é que fique em até dois dígitos e será aplicado no dia 22 de abril. Isso porque os índices aprovados ou pleiteados por companhias energéticas no Brasil ficaram próximos de 20%.
Da mesma empresa que atua no Ceará, o reajuste aprovado da Enel Distribuição Rio (RJ) para os consumidores conectados à alta tensão (indústrias e grandes comércios) é de 19,94%, enquanto os da baixa tensão (residenciais), o percentual é de 21,46%. Ainda em debate estão as taxas da Energisa Sergipe com 11,03% e 13,65%; Coelba (BA), com 15,42% e 15,01% industrial; Cosern (RN), com 14,28% e 14,88%; Cemig Distribuição S.A. (MG), com 22,63% e 25,87%; e a RGE-Sul Distribuidora de Energia S.A. (RS) veio com proposta de 23,82% e 28,25%.
Baseado nisso, Jurandir Picanço, consultor em energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), diz que quando ocorre um reajuste, a expectativa é que seja em torno da inflação. Algo próximo de 3%. “No entanto, os reajustes que já ocorreram neste ano, em outros estados estão elevadíssimos, ultrapassando os 20%”.
No ano passado, A Aneel surpreendeu ao aprovar uma redução de 0,33% na conta dos consumidores de baixa tensão do Ceará, além de elevar em apenas 1,44% o valor para a alta tensão. Ambos percentuais não eram previstos pelos especialistas.

À época, o aumento específico para consumidores de alta tensão está relacionado ao custo de compra de energia, que está mais alto que o custo de distribuição na rede. Em 2016, o aumento foi de 13,64% para clientes residenciais e de 11,51% para consumidores de alta tensão no Ceará.
Sobre a Enel Distribuição Ceará, concessionária de energia elétrica que atua no Estado, a empresa ficou em quarto lugar no ranking da Aneel, que avaliou o Desempenho Global de Continuidade (DGC) das companhias de distribuição do País em 2017. O documento foi publicado ontem pela companhia.
Para chegar ao resultado, são considerados os indicadores de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) – que calcula o tempo médio que cada unidade consumidora ficou sem energia em 2017 - e a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) – que considera o número de interrupções ocorridas no ano passado.
“A companhia registrou uma melhora do DEC em 28% no período de dezembro de 2015 a dezembro de 2017, com redução de 3,5 horas. O FEC também melhorou 21% no mesmo período”, disse a empresa em nota ao O POVO. No ano passado a Enel investiu R$ 716,40 milhões no Ceará, resultando em um aumento de 33,6% em relação ao ano anterior. Segundo a distribuidora, os investimentos foram destinados para conexão de novos clientes e modernização e digitalização da rede de distribuição.
Colaboraram Átila Varela e Matheus Facundo/Especial para O POVO

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