sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Maia: faltam "muitos votos" para aprovação da reforma da Previdência

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), disse ontem que ainda faltam “muitos votos” para levar ao plenário da Casa Legislativa a proposta de emenda constitucional da reforma da Previdência.

Sobre as mudanças nas regras de transição para o funcionalismo público cobradas pelo PSDB, ele considerou o assunto como “resolvido” e indicou não haver mais espaço para novas concessões sem ter como contrapartida a garantia de votos.
Tucanos defendem que servidores que ingressaram no funcionalismo antes de 2003 tenham direito à aposentadoria com o último salário da carreira, mas Maia adiantou que, num momento em que o PSDB discute o desembarque do governo, não pode pedir a mudança ao relator Arthur Maia (PPS-BA) se a alteração não vai garantir votos.
“É melhor não mexer. Para que mudar a reforma, se essa mudança não vai agregar votos?”, questionou o presidente da Câmara. “Quem pede a mudança não pode pedi-la e depois não ajudar”, avisou o democrata.
Nas contas de Maia, as flexibilizações feitas no texto já reduziram para R$ 400 bilhões em dez anos a economia gerada pela reforma - ou seja, metade dos R$ 800 bilhões que o governo pretendia economizar com a proposta original encaminhada à Câmara. “Menos do que isso, estaremos prejudicando as pessoas que ganham menos e as crianças. A distorção da Previdência tira todo ano do orçamento R$ 60 bilhões”, observou.
Ele avaliou que o resultado da votação do texto-base da MP do Repetro - aprovado por 208 votos, contra 184 contrários - expôs a falta de articulação da base aliada ao tratar uma matéria bem menos polêmica.
“Não estou sendo pessimista com a reforma da Previdência, estou sendo realista. Trabalho 24 horas por dia nesse tema”, comentou o presidente da Câmara. “Muitos deputados e amigos me falam que esse tema é polêmico, difícil e que eu deveria sair desse tema. Não vou sair porque a Previdência vai garantir o futuro de muitas crianças no País”, acrescentou.
Pessimismo
A desesperança dos investidores de ver a reforma da Previdência aprovada neste ano provocou uma nova rodada de ordens de venda na bolsa brasileira neste último dia de novembro. O Índice Bovespa já iniciou o dia em terreno negativo, ignorou as altas das bolsas de Nova York e fechou nesta quinta-feira, 30, com queda de 1,00%, aos 71.970,99 pontos. Com esse resultado, o índice encerrou novembro com uma queda acumulada de 3,15%.

Assim como tem acontecido nos últimos dias, os investidores estrangeiros foram os principais vendedores de ações no pregão, informaram operadores de renda variável. Até o último dia 28, o saldo líquido dos investimentos de estrangeiros na bolsa em novembro era negativo em R$ 2,393 bilhões. No ano, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 10,555 bilhões.

Saiba mais
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), evitou fazer comentários sobre reforma da Previdência, e disse que vai esperar a apreciação do texto na Câmara.Segundo ele, é preciso "respeitar" a tramitação da outra Casa. "Quem deve se manifestar sobre essa matéria é o presidente da Câmara". Focado em apresentar uma agenda positiva até o final do ano, Eunício diz que dará prioridade para a área de microeconomia "Temos cerca de 90% dos empregos gerados no Brasil por pequenas, médias e micro empresas e elas têm muita dificuldade na burocracia.

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