O cineasta Fernando Gronstein, irmão por parte de mãe do apresentador Luciano Huck, contou durante o programa da TV Globo "Conversa com Bial" da última terça-feira, 20, como foi o processo de se assumir gay, aos 20 anos, para a família.
"Foi um processo lento", lembrou ele. "Basicamente, minha adolescência foi inteira de sofrimento, estranhamento, nada fazendo sentido. Eu fiquei com um amigo desses que gostava muito de futebol, nós dois tínhamos bebido, etc. No dia seguinte, tamanho era o desespero dele. 'Você não pode falar pra ninguém, não sei o que', soltou uma bomba na minha casa pra me intimidar e ficar quieto. Uma coisa que era pra ter sido legal, especial, foi um trauma. Isso não é uma história minha, é uma história de milhões de pessoas", contou.
Fernando - conhecido pelos documentários "Coração Vagabundo", com Caetano Veloso, e "Quebrando o Tabu", com Fernando Henrique Cardoso - também contou como se aproximou da família para revelar sua orientação sexual. "Receberam bem, mas foi uma digestão na família. Lembro que o Luciano, que amo de paixão, uma pessoa incrível, me falou uma frase que me fez muito sentido: 'Você demorou 20 anos pra resolver isso na sua cabeça, a gente precisa de um tempo aqui também para resolver dentro de nós'. Foi bacana porque, a partir disso, a gente se aproximou".
O jovem disse acreditar que teria o apoio do pai, Mário de Andrade, editor da "Playboy" que morreu em 1991. "Meu pai, se estivesse vivo, estaria ao meu lado e me apoiando nisso. Acho engraçado como a gente olha no Congresso e tantos políticos totalmente dispostos em se meter na vida íntima dos outros e eles sim fazendo as verdadeiras baixarias. Querem legislar sobre o que cada um faz na vida privada e fazem na vida pública deles uma privada", finalizou.
Redação O POVO Online
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