segunda-feira, 15 de maio de 2017

Quem deve "surfar" na Lava Jato em 2018

Efeitos da Operação Lava podem ser transformadores para as eleições de 2018 ROVENA ROSA/ABR
Efeitos da Operação Lava podem ser transformadores para as eleições de 2018 ROVENA ROSA/ABR
Deflagrada em março de 2014, a Operação Lava Jato já prendeu grandes empresários, lideranças políticas e desidratou agremiações partidárias sob a ótica da opinião pública.
Após mais de três anos de investigações e desdobramentos de novas operações, envolvendo irregularidades com o dinheiro público, se aproxima mais um pleito eleitoral.
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É nesse âmbito que surgem previsões, alimentadas por pesquisas de opinião, que apontam o que pode vir na eleição do ano que vem, quando o eleitor deverá eleger o novo presidente da República, além de governadores, deputados estaduais e federais, e senadores.
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Pesquisa Datafolha, divulgada em abril deste ano, aponta Lula (PT), Jair Bolsonaro (PP) e Marina Silva (Rede) entre os líderes nas intenções de voto do eleitor brasileiro. A Lava Jato, no entanto, acabou desgastando a imagem de partidos após denúncias e prisões envolvendo líderes das siglas.O próprio ex-presidente Lula, que lidera a preferência do eleitorado em todos os institutos de pesquisa, é réu em pelo menos cinco inquéritos policiais que investigam corrupção na Petrobras e corre o risco de ficar inelegível.
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“Quem está perdendo a credibilidade (com o avanço da operação) são as instituições políticas. Consequentemente os partidos políticos têm ficado cada vez mais sem credibilidade junto ao eleitor de um modo geral”, reflete a cientista política Paula Vieira, da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Segundo ela, quem pode se dar bem na disputa é a liderança que conseguir desvincular sua imagem da de político tradicional.
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“Quem tem a possibilidade de ganhar, são aqueles que se desvincularem da imagem dos partidos políticos, principalmente em termos do legislativo. Ganha a ideia de ‘não sou de partido’, ‘independente de qualquer partido vou ser um gestor’... É a negação da política ideológica”.
Estratégias
Com discurso de “não político”, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), foi eleito no primeiro turno na eleição municipal do ano passado. Com a mesma estratégia, o nome do apresentador Luciano Huck circula como possível candidato.
Quem também procura novos caminhos para se fortalecer em 2018 é a ex-senadora Marina Silva (Rede). Ela confirmou estar conversando com os ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto.
Aliados admitem o interesse da legenda em atrair nomes ligados ao Judiciário. Desde o julgamento do “mensalão” e da Lava Jato, o judiciário tem ganhado apreço popular.
Saiba mais
O senador Randolfe Rodrigues afirmou que a Rede tem uma "vantagem comparativa natural" para atrair figuras do Judiciário. "Com a agenda e a linha que defendemos, nenhum outro partido é tão atrativo para eles quanto a Rede.
Defendemos o fim do foro (privilegiado) e apoiamos a Lava Jato", disse.
Luciano Huck afirmou ontem que não é candidato, embora a eleição seja apenas em 2018. “Não, não sou candidato a presidente. Nunca falei que seria candidato”.
WAGNER MENDES

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