segunda-feira, 15 de maio de 2017

Delações premiadas viram alvo de críticas de petistas

 FOTOS PÚBLICAS
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Com o método da delação premiada sendo cada vez mais usado nas investigações da Operação Lava Jato, petistas elegeram a colaboração de réus presos como forma de rebater as acusações que envolvem nomes da sigla oriundas das contribuições.
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O ex-presidente Lula vem criticando o método há algum tempo. A crítica mais recente ocorreu durante depoimento ao juiz Sergio Moro, na última quarta-feira, 10, em Curitiba, quando o petista questionou as acusações do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, que lhe colocam como dono do triplex no Guarujá. “Eu entendo e acompanho pela imprensa que pessoas, como o Léo Pinheiro, (que) está já há algum tempo querendo fazer delação, primeiro foi condenado a 23 anos de cadeia, depois se mostra na televisão como é que se vive a vida de nababos dos delatores e o cara fala: ‘Eu tô condenado a 23 anos e os delatores pagaram uma parte e estão vivendo essa vida?’, sabe? Então delatar virou na verdade quase que o alvará de soltura dessa gente”, desabafou o petista.
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Após o anúncio do acordo de delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci, foi a vez do ex-governador Jaques Wagner criticar o modelo de investigação. “No sistema jurídico que vivemos, a delação virou a única saída para não ficar preso por muito tempo”, criticou. O ex-ministro de Dilma, no entanto, não crê que o depoimento de Palocci à Justiça comprometa os dois ex-presidentes petistas. “Eu não sei o que ele vai falar. Se alguém pode estar tenso, é quem teve relacionamento com ele. É difícil que o Lula tenha preocupação. O Lula e a Dilma”, afirmou durante debate no Brazil Forum, realizado em Londres.
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“Exigências” Os novos advogados de Antonio Palocci informaram ontem que a força-tarefa da Operação Lava Jato não fez “qualquer exigência, nem sequer mínima alusão” para que o ex-ministro trocasse de defesa como condição para negociar delação premiada. A troca do quadro foi feita na última sexta-feira, 12.
Preso desde setembro de 2016 na Operação Omertá, o ex-ministro já é réu em duas ações penais, uma delas sobre propinas de R$ 128 milhões que teria recebido da empreiteira Odebrecht - parte do valor supostamente repassado para o PT.
Em março, interrogado pelo juiz Sergio Moro, Palocci acenou com a disposição de colaborar. Disse, na ocasião, que teria nomes e situações para revelar e que tais dados fariam esticar as investigações por mais um ano, pelo menos.
Durante esses meses de prisão ele ainda mantinha expectativa de ganhar liberdade por meio do clássico caminho do habeas corpus nos tribunais superiores. Mas as investidas foram todas infrutíferas, embora ainda pendente um pedido no Supremo Tribunal Federal - o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, mandou o habeas para o Plenário, mas sem data para apreciação.
Diante do risco de permanecer na cadeia por uma longa temporada - a exemplo de seus pares do PT, como João Vaccari Neto, sob custódia desde abril de 2015 -, Palocci decidiu buscar acordo de delação premiada. (Wagner Mendes, com agências)
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Investigadores da Operação Lava Jato, por outro lado, defendem o método. O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a colaboração ajuda a desvendar organizações criminosas. “O nomes está dizendo, ele é um colaborador da Justiça. Ele ajuda a Justiça a desvendar organizações criminosas. Não se prende para forçar colaboração”. 

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